Atividade econômica cresce 0,9% em janeiro e acumula alta de 3,8% em 12 meses

Banco Central aponta retomada do crescimento após recuo em dezembro de 2024

Por Carlos Sousa,

A atividade econômica brasileira registrou crescimento no primeiro mês de 2025, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou alta de 0,9% em janeiro em relação ao mês anterior, considerando os dados dessazonalizados, que ajustam as variações conforme o período analisado.

Foto: • Anton Petrus / Getty ImagesCédula de real ao fundo de gráficos / economia brasileira• Anton Petrus / Getty Images

O indicador atingiu 154,6 pontos no mês, e, na comparação com janeiro de 2024, houve um crescimento de 3,6%, sem ajuste sazonal. No acumulado de 12 meses, o IBC-Br também se manteve positivo, com uma alta de 3,8%.

Importância do IBC-Br

O IBC-Br é um importante termômetro da atividade econômica brasileira. O indicador engloba informações sobre a produção da indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos arrecadados.

Embora não seja considerado uma prévia exata do Produto Interno Bruto (PIB), o índice serve de referência para a definição de políticas monetárias do Comitê de Política Monetária (Copom), que estabelece a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente fixada em 13,25% ao ano, a Selic é o principal instrumento do BC para controle da inflação e estímulo à economia.

Impacto dos juros na economia

O controle da taxa básica de juros impacta diretamente a atividade econômica. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a inflação ao reduzir a demanda, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Por outro lado, juros elevados podem dificultar a expansão da economia.

Já quando a taxa básica é reduzida, o crédito se torna mais barato, impulsionando o consumo e a produção, mas com menor controle sobre a inflação.

Na reunião de janeiro, o Copom elevou a Selic pela quarta vez consecutiva, consolidando um ciclo de contração monetária. Para a reunião desta semana, o comitê já confirmou um novo aumento de um ponto percentual, levando a Selic para 14,25% ao ano. Ainda não há definição sobre novos aumentos na reunião de maio, mas o BC enfatizou que continuará monitorando os índices inflacionários.

Inflação acima da meta

Em fevereiro, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 1,31%, impulsionada pelo aumento da tarifa de energia elétrica, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, o IPCA atinge 5,06%, acima do teto da meta do governo, que é de 3% (com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos).

A alta do dólar e as incertezas na economia global também influenciaram o recente aumento da taxa de juros pelo BC, buscando conter os impactos inflacionários e manter o poder de compra da população.

IBC-Br e PIB: indicadores complementares

Apesar de ambos serem indicadores econômicos, o IBC-Br e o PIB possuem metodologias diferentes. O IBC-Br é um indicador mensal calculado pelo Banco Central e usado como referência para a política monetária, enquanto o PIB é o indicador oficial do desempenho da economia brasileira, divulgado pelo IBGE e medido trimestralmente.

Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%, registrando o quarto ano consecutivo de expansão econômica. Esse foi o maior crescimento desde 2021, quando o PIB avançou 4,8%. O resultado reforça a tendência de crescimento econômico, mesmo em um cenário de aperto monetário e inflação elevada.

Com a retomada da alta da atividade econômica em janeiro de 2025, as expectativas do mercado seguem atentas aos próximos movimentos do Banco Central em relação à taxa de juros e à inflação para os próximos meses.

Fonte: Agência Brasil

Comente

Pequisar