Adapi confirma cinco casos da doença de mormo e parque segue interditado

Outros exames deram negativos e propriedades poderão normalizar atividades

Por Adriana Oliveira,

A Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi) confirmou cinco casos da doença de mormo em cavalos no Piauí. Quatro desses foram registrados em Teresina e um no município de Altos, região Norte do estado. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (19), ao Portal AZ, pelo presidente da Adapi, José Genilson Sobrinho.

O gestor ainda afirmou que ontem (18) a agência recebeu os resultados de exames realizados em animais, de três propriedades interditadas, que tiveram vínculo epidemiológico com o cavalo já diagonosticado com a doença de mormo e que esteve internado no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Piauí. Os testes nas três propriedades foram negativos, com isso, elas já podem ser desinterditadas.

José Genilson Sobrinho, presidente da Adapi( Foto: reprodução Facebook)

"Ontem recebemos os resultados dos exames de outros animais de três propriedades interditadas que tiveram vínculo epidemiológico com o equino positivo para a doença de mormo que esteve internado no hospital universitário da UFPI, mas esses resultados foram negativos e referem-se a segunda coleta, como determina a lei. Com o resultado negativo desses exames, a partir de hoje, essas três propriedades estão desinterditadas”, afirma o presidente da Adapi, José Genilson Sobrinho. 

Já a Clínica de Grandes Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Piauí continua interditada. “Todo o material coletado foi enviado para o Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), localizado em Recife, para análise e já recebemos o resultado do exame e deu positivo para o Mormo [Esse foi primeiro caso registrado no Piauí]”, afirma José Genilson Sobrinho. 

Adapi recebeu os resultados de exames realizados em animais de três propriedades interditadas( Foto: reprodução Adapec/TO)

Audiência pública

Uma audiência pública foi realizada, nesta quarta-feira (18), na Assembleia Legislativa para discutir a ocorrência da doença de mormo em municípios piauienses e as consequências da doença para o estado.

A audiência foi proposta pelo deputado João Mádson (MDB) e debateu ainda a realização de evento do Parque de Exposição Dirceu Arcoverde, em decorrência de sua interdição porque um caso da doença foi confirmado no dia 11 de setembro deste ano, no qual foi constatada a passagem do animal pelo local. 

Audiência na Alepi (Foto divulgação/Alepi)

Depois do sacrifício do animal acometido pela doença, a Adapi passou a avaliar, com exames, todos os animais que tiveram contato com o cavalo doente. A previsão de duração da interdição é de cerca de 60 dias. "Caso seja registrado algum resultado positivo para a doença de mormo, o animal será sacrificado. O parque seguirá interditado até os resultados dos exames e também o local passar  por uma desinfectação”, explica José Genilson.

Além do Parque de Exposição Dirceu Arcoverde, a Clínica de Grandes Animais e outra propriedade em Teresina estão interditadas por suspeitas de contaminação da doença de mormo em animais desses estabelecimentos. 

“Tivemos a audiência nesta quarta-feira e as autoridades, associações e responsáveis pela Expoapi, evento realizado no Parque de Exposição Dirceu Arcoverde solicitaram a Adapi a desinterdição do parque, levando os animais que lá se encontram com a suspeita da doença de mormo para outra propriedade que esteja interditada, isso nós poderíamos fazer em termo de um corretor. Saindo de uma propriedade interditada para outro estabelecimento interditado, para não comprometer a Expoapi, mas a Adapi só irá liberar através do Ministério da Agricultura em Brasília”, afirma José Genilson Sobrinho. 

O representante do Ministério da Agricultura, Airton Leôncio reforça que a instituição responsável pela fiscalização e controle sanitários dos rebanhos no Piauí é a Adapi. E destaca que todos os procedimentos realizados pela agência estão em conformidade com a Legislação.

A doença 

A doença - O mormo é uma zoonoze - doença que pode ser transmitida a humanos - infectocontagiosa que atingem equinos. Todos os funcionários que tiveram contato com os animais foram encaminhados para o Hospital de Doenças Tropicais Natan Portela para a realização de exames.

Em animais, os sintomas da zoonose são: febre, fraqueza, corrimento viscoso nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos pulmões e gânglios linfáticos. O contágio acontece através do contato com o material infectante, como pus, secreção nasal, urina e fezes.

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