Crimes patrimoniais e ameaças lideram violência contra LGBTQIAPN+ no Piauí
O boletim de 2023 revela 991 crimes contra LGBTQIAPN+ no estado; jovens e pessoas pardas e negras são as principais vítimas
O segundo boletim de violência contra pessoas LGBTQIAPN+, elaborado pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), revelou dados alarmantes sobre os crimes cometidos contra essa população no estado durante o ano de 2023. Segundo o boletim, foram denunciados 991 crimes contra LGBTQIAPN+, dos quais são quase sempre relacionados a situações de vulnerabilidade social e financeira.
Entre os crimes registrados, as infrações de natureza patrimonial, como estelionato, furto e roubo, representaram a maior parcela, correspondendo a 46,19% dos casos. Ameaças também foram destacadas, compreendendo 16,31% dos registros. Estes dois tipos de crime somam juntos quase dois terços de todas as infrações cometidas contra a população LGBTQIAPN+ no estado.
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O levantamento destaca que, ao contrário da maior cobertura, os crimes não se limitam ao ambiente físico: 7,35% das infrações ocorreram no ambiente virtual. Outro dado relevante é o perfil das vítimas: a maioria delas era jovem, com 43% tendo entre 20 e 29 anos. Além disso, 68,29% das vítimas eram pessoas negras, evidenciando a interseção entre violência racial e LGBTQIAPN+fobia.
Os dados também revelam a persistência de crimes motivados por preconceito. Foram registrados 68 casos de crimes motivados por homofobia, LGBTfobia ou transfobia, com a homofobia sendo a motivação predominante em 73% desses casos.
As mortes violentas intencionais representaram 40% dos casos em que as vítimas tinham entre 40 e 49 anos, sendo a maioria delas negras (90%). Esses crimes foram cometidos principalmente com o uso de armas de fogo e ocorreram em residências, estabelecimentos comerciais e vias públicas.
O boletim destaca ainda a importância de qualificar os dados sobre violência contra a população LGBTQIAPN+ e a necessidade de políticas públicas mais efetivas. A SSP-PI enfatiza que o combate à LGBTQIAPN+fobia deve ser uma prioridade em diferentes instituições, incluindo o diálogo com movimentos sociais e a academia, para garantir a segurança e os direitos dessa população.
Esses dados servem como um alerta para a sociedade e reforçam a necessidade de ações concretas para enfrentar a violência e a discriminação, visando a proteção e garantia de direitos das pessoas LGBTQIAPN+.
Fonte: SSP-PI