Trabalho 6x1: Impactos econômicos e debate sobre produtividade

Presidente do Banco Central critica projeto do trabalho 6x1 e comenta sobre ajuste fiscal

14/11/2024 16:15

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, expressou críticas em relação a um projeto legislativo que visa eliminar a jornada de trabalho de 6 dias seguidos com 1 de descanso. Segundo ele, essa proposta poderia ter consequências negativas, como a redução da produtividade e o aumento dos custos da mão de obra, o que poderia também impulsionar a informalidade.

Impacto do Projeto

Campos Neto destacou que o projeto de lei dos 6 por 1 prejudicaria os trabalhadores, ao elevar o custo do trabalho e fomentar a informalidade, gerando possíveis impactos na eficiência produtiva. A proposta, de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), propõe a extinção do modelo atual em que os trabalhadores atuam durante seis dias consecutivos e descansam um dia, reduzindo ainda a carga horária semanal de 44 para 36 horas.

Ajuste Fiscal e Desafios Econômicos

Em um evento virtual, o 12° Fórum Liberdade e Democracia de Vitória, promovido pelo Instituto Líderes do Amanhã, Campos Neto reforçou a necessidade de um ajuste fiscal por parte do governo. Ele ressaltou que essa medida é essencial para a manutenção de taxas de juros mais baixas de forma sustentável. O presidente do BC enfatizou que é complicado alcançar juros estruturalmente mais baixos sem uma organização fiscal adequada, o que poderia elevar os prêmios de risco.

Comentando sobre a expectativa do mercado em relação a um pacote de contenção de despesas, Campos Neto alertou que a desorganização das expectativas de inflação é um dos pontos mais preocupantes no momento. Ele destacou a resiliência recente da inflação, mencionando alguns indicadores desfavoráveis. O presidente do BC reiterou a importância de um processo para realinhar as expectativas inflacionárias.

Diante desse cenário, as discussões em torno do projeto do trabalho 6x1 e os desafios econômicos relacionados ao ajuste fiscal e à inflação permanecem em pauta, exigindo atenção e análise cuidadosa por parte das autoridades e agentes econômicos envolvidos.