PF conclui que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” de plano para matar Lula

Relatório aponta conspiração para assassinato de Lula, Alckmin e Moraes e tentativa de golpe.

Por Carlos Sousa, 21/11/2024 14:22 - Atualizado às 16:39

A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha "pleno conhecimento" de um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação será detalhada no relatório final que deve ser entregue ainda nesta quinta-feira (21) ao STF.

Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro.

Indiciamento e investigação

Além de Bolsonaro, o relatório final deve incluir o indiciamento de ex-ministros e aliados próximos, como o general Augusto Heleno (ex-GSI), Walter Braga Netto (ex-Defesa), Valdemar Costa Neto (presidente do PL), e Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Abin). A PF relaciona essas figuras ao inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022.

A investigação aponta que a organização conspirava para eliminar os três líderes como parte de uma estratégia para desestabilizar a democracia brasileira e manter Bolsonaro no poder.

Na última terça-feira (19), os suspeitos de envolvimento na elaboração do plano golpista foram presos pela PF. O depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi decisivo para a conclusão do inquérito.

Reações e manifestações

A CNN apurou que a defesa de Anderson Torres, também investigado, declarou que aguardará a confirmação do indiciamento antes de se posicionar. O general Augusto Heleno, por sua vez, afirmou que não irá se manifestar. Outros citados não responderam aos contatos até o momento.

Plano golpista

De acordo com a investigação, o plano visava dar um golpe de Estado por meio do assassinato de figuras centrais do governo e do STF. Lula, Alckmin e Moraes eram os principais alvos. A trama, conforme a PF, fazia parte de um esforço mais amplo de desestabilização das instituições democráticas brasileiras, planejado por uma organização que já vinha sendo monitorada há meses.

O relatório final do inquérito marca um avanço significativo no caso, cujos desdobramentos poderão influenciar o cenário político nacional.

Fonte: CNN Brasil