Chico Lucas diz que vizinha presa injustamente deve ser indenizada pelo estado
Lucélia Maria, de 54 anos, foi presa injustamente acusada de envenenar dois irmãos em Parnaíba. A vítima teve sua casa incendiada por moradores da região
O secretário de Segurança do Estado, Chico Lucas, disse em entrevista à imprensa que Lucélia Maria da Conceição Silva, presa injustamente acusada de envenenar dois irmãos em Parnaíba, deve ser indenizada pelo transtorno e danos causados pelo erro da investigação. Lucélia, de 54 anos, deixou a prisão nesta segunda-feira (13), após passar cinco meses presa. A reviravolta no caso ocorreu depois que um laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que os cajus consumidos pelas crianças estavam livres de substâncias tóxicas, levando à reabertura das investigações.

Ao ser libertada, ainda na porta da penitenciária, Lucélia disse que sempre afirmou que era inocente, mas apenas o seu advogado e sua família acreditaram. "Sou inocente, sempre fui. Só quem acreditou em mim foi meu advogado e minha família. Foi difícil, mas agradeço muito a Deus. Agora é descansar em paz. Eu sempre falei a verdade, mas não acreditaram. Vou para a casa da minha família e estou aliviada", disse ela.
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Chico Lucas reconheceu falhas no processo e destacou a demora do poder público como fator decisivo para os danos causados à acusada. Segundo ele, a polícia não tinha estrutura laboratorial para analisar os alimentos, e os reagentes necessários só chegaram ao Brasil no final de dezembro, atrasando o resultado das perícias.
"Se Lucélia decidir processar o Estado, ela tem o direito de ser indenizada pelos danos. A prisão foi baseada em provas testemunhais, como relatos de vizinhos sobre mortes de animais, e na presença de ‘chumbinho’ encontrado na casa dela. Inicialmente, ela negou possuir o veneno", explicou Chico Lucas.
Entenda o Caso
Lucélia foi presa em agosto de 2024 após João Miguel, de 7 anos, e Ulisses Gabriel, de 8, serem internados com sintomas de envenenamento. Os sintomas foram associados ao consumo de cajus que, segundo testemunhas, teriam sido entregues por ela. Durante buscas em sua residência, a polícia encontrou "chumbinho", uma substância tóxica usada como pesticida, reforçando as suspeitas.
Entretanto, a conclusão da perícia apontou que os cajus não estavam contaminados, o que contradiz a principal evidência contra Lucélia e motivou sua soltura.
Com o caso reaberto, as investigações continuam para identificar o verdadeiro responsável pelo envenenamento das crianças. A polícia já prendeu Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das vítimas, como novo suspeito. Ele nega envolvimento e permanece preso enquanto as investigações prosseguem.
Fonte: Portal AZ