Ex-ministro da Justiça nega ter apontado fraude nas urnas
O ex-ministro de Bolsonaro disse que apenas apontou "melhorias" para as urnas eletrônicas
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10) que, durante sua gestão na pasta, não encontrou qualquer elemento técnico que indicasse fraude nas urnas eletrônicas. O interrogatório faz parte do processo que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

"No âmbito do Ministério da Justiça propriamente dito, sem ser através da Polícia Federal, não temos setor, nem área nenhuma que trabalhe com essa questão de urnas eletrônicas [...] Tecnicamente falando, não temos nada que aponte fraude nas urnas. Nunca chegou essa notícia até mim. E eu passava isso quando era questionado pelo presidente [Bolsonaro] ou qualquer outra autoridade. Eu sempre passei que nós não tínhamos tecnicamente nada a dizer sobre as urnas eletrônicas", declarou Torres.
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O réu no caso da trama golpista ressaltou que não possuía "conhecimento técnico nenhum a respeito do assunto" das urnas eletrônicas.
Torres também mencionou sua participação na live de 29 de julho de 2022, conduzida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, na qual, segundo ele, foram apresentadas "melhorias às urnas eletrônicas". "Pedi pro meu chefe de gabinete fazer um levantamento ali, no âmbito do Ministério da Justiça, pra gente avaliar algum material, alguma coisa que pudesse me instruir pra participar da live. Vieram até o meu chefe de gabinete alguns relatórios produzidos pela Polícia Federal, acredito eu no teste público de segurança os peritos fazem algumas análises do sistema eleitoral e eles fazem algumas sugestões de aperfeiçoamento do sistema [...] Ele leu, marcou tudo o que eles entendiam que eu pudesse acrescentar numa live sobre esse assunto", detalhou.
Interrogatório no STF e o caso 8 de janeiro
Anderson Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no dia dos ataques de 8 de janeiro. Ele é acusado de omissão em relação aos atos. Durante uma operação da Polícia Federal em sua residência, foi encontrada uma minuta que previa a instauração de um estado de exceção com o objetivo de reverter o resultado das eleições.
O STF está em seu segundo dia de interrogatórios nesta terça-feira (10). Oito réus do chamado "núcleo crucial" da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 estão sendo ouvidos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, o delator tenente-coronel Mauro Cid, e o ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto. A Primeira Turma do STF reservou os cinco dias desta semana para a realização dos interrogatórios.
Fonte: Com informações da CNN