Que oposição teremos?
Que oposição teremos?
A vitória do governador Wellington Dias (PT) no primeiro turno das eleições de 2018 não se limitou à conquista de um quarto mandato no cargo. Ele simplesmente aniquilou a oposição no estado ao ponto de deixá-la em situação de paralisia. Ocorre que os grandes partidos do estado, como MDB, PP, PR e o próprio PT, que comanda o governo, estão na aliança governista ficando a oposição em minoria para combater a solidez que a vitória deu à situação no Piauí.
Desde a divulgação do resultado da eleição a única manifestação da oposição o anúncio do ingresso de uma ação de cassação de mandato eletivo contra o governador junto à justiça eleitoral. Esse anúncio não saiu como o esperado, uma bomba, mas apenas um “traque”, sugerindo que a oposição está carente de alguém que tenha capacidade de planejar e propor uma estratégia de ação mais consistente que possa causar alguma preocupação ao governo, o que não vem acontecendo.
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Wellington Dias.(Foto:Lucas SousaPortal AZ)
O governo Wellington Dias já começou o quarto mandato sem um plano de metas ou qualquer medida que possa levar o estado a enfrentar a crise econômica e a intenção do governo de fazer cortes pesados nos gastos para reduzir o rombo estimado em mais de R$ 100 bilhões em 2018. Dias fala numa reforma administrativa para diminuir o tamanho da máquina e efetuar cortes, mas a ausência de uma discussão mais pública sobre a redução da estrutura só leva a controversas especulações.
Antes de viajar de férias para o Oriente Médio, o governador disse que só vai nomear os novos assessores de primeiro, segundo e terceiros escalões após a aprovação, pela Assembléia Legislativa, do projeto de lei da reforma administrativa. Ora, ele está usando de retórica para só definir a participação política no governo após as eleições da Mesa Diretora do Legislativo. Embora tenha reafirmado que se manterá neutro na eleição da Casa, essa é uma decisão que suscita dúvidas.
Qual a diferença entre dizer que não meterá o dedo na eleição da Mesa da Assembléia e a escolha da equipe de secretários depois que os deputados aprovarem o projeto da reforma? A resposta está clara. É a própria eleição. Em 2015, após assumir o cargo, Dias deu posse no dia seguinte a toda a equipe escolhida, exceto os deputados convidados para ocuparem cargos no governo, que não tinham sido empossados ainda. Mas se envolveu na eleição da Mesa e seu candidato foi traído por deputados já escolhidos para cargos.
Por que em 2019, diferente de 2015, o governador optou por não escolher, anunciar e dar posse à sua nova equipe? Essa justificativa de que vai fazê-lo após a reforma deixa dúvidas, repito. Enquanto o governo vira o centro das atenções, a oposição não dá um “pio”. Querer cassar o governador só reflete a falta de uma estratégia, porque todos sabem que vitória no 1º turno, pela potencialidade da votação obtida, terá nenhum sucesso. Isso nos empurra para uma reflexão: que oposição teremos nos próximos 4 anos?
APLICAÇÃO JÁ
Uma decisão do plenário do Tribunal Superior Eleitoral, tomada no dia 18 de dezembro último e com base em parecer de sua Assessoria Consultiva está causando reações entre as pequenas siglas.
Pela decisão, a cláusula de desempenho prevista na emenda constitucional 97/2017, prevista para 2022, será aplicada a partir dos resultados das eleições de 2018.
Com isso, já está vedado o acesso dos partidos que não atingiram a cláusula de barreira ao Fundo Partidário e à propaganda na TV e no rádio.
Liderados pelo presidente do PSDC, José Maria Emayel, que é advogado, os partidos prometem recorrer da decisão, que é inconstitucional.
AÇÃO TOLA
A prefeitura de Parnaíba não deixa de ter razão em querer cassar a concessão da explorar o serviço de água da cidade.
Se o serviço de abastecimento é ruim, é óbvio que o poder concedente (no caso o município) tem o direito de buscar saídas, mas dentro da lei.
Não se sabe se no contrato de cessão da exploração do serviço existe alguma cláusula que permite a prefeitura rompê-lo se ficar comprovado que o abastecimento é ruim.
Agora, a filha do prefeito Mão Santa, Gracinha, fazer aquele papelão ridículo de invadir a empresa, só podia dar no que deu.