Nubank defende aumento de tributos em resposta a críticas do Ministro Haddad

Fintech afirma que já contribui mais que grandes bancos e apoia equilíbrio tributário

O Nubank respondeu às críticas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que havia questionado a resistência do setor financeiro às medidas fiscais do governo. Em uma nota enviada ao Correio na última quarta-feira (12/6), a fintech rebateu as alegações de que as instituições digitais estariam se beneficiando de brechas na carga tributária brasileira. O banco digital afirmou que, na prática, já contribui mais com os cofres públicos do que as instituições financeiras tradicionais.

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Nubank 

De acordo com o Nubank, a fintech apoia a busca por um sistema tributário mais justo e transparente, mas destacou que a realidade mostra que as fintechs recolhem mais tributos efetivos. “A análise da realidade evidencia que as fintechs recolhem mais tributos efetivos do que os bancos tradicionais”, afirmou a nota. A manifestação ocorreu após Haddad criticar a reação “imediata” e “sem diálogo” do setor ao pacote fiscal, que inclui o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, uma das principais fontes de descontentamento entre as fintechs.

O Nubank também divulgou dados que demonstram sua carga tributária. Segundo a empresa, a alíquota efetiva em 2024 foi de 29,4%, em comparação com índices que variaram entre 4,7% e 17,3% entre os grandes bancos. “Desde sua fundação, o Nubank cumpre com todas as leis e regulações aplicáveis, promovendo a concorrência e inovação no setor, além de ajudar seus clientes a economizar milhões em tarifas bancárias todo ano”, acrescentou a instituição.

A discussão sobre a tributação das fintechs se tornou um ponto sensível na tramitação das medidas provisórias e decretos do pacote fiscal. Parte do Congresso defende um debate mais aprofundado sobre a isonomia no sistema bancário, enquanto o mercado observa atentamente os impactos sobre a competitividade e inovação. Apesar do clima de tensão, fontes do governo indicam que há possibilidade de ajustes nas alíquotas e compensações durante as discussões legislativas, mas a Fazenda mantém a posição de que não haverá espaço para exceções ou privilégios fiscais sem contrapartidas.

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