Entenda como são nomeados os furacões como Milton e Katrina

O processo de nomeação dos furacões tem um sistema que envolve regras internacionais e decisões baseadas em comunicação clara e impacto social

O furacão Milton atingiu a Flórida na noite desta quarta-feira (9), provocando temor generalizado com a intensidade dos ventos e inundações. Antes de perder força e ser rebaixado, o fenômeno tinha a possibilidade de alcançar a rara categoria 6, um feito que o colocaria ao lado de furacões históricos como o Katrina, cujas consequências ainda são lembradas. Mas, por que os furacões recebem nomes como “Milton” e "Katrina"?

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Milton perdeu força e caiu da categoria 5 para a categoria 1, mas causou estragos por onde passou

A responsabilidade pela escolha dos nomes dos furacões recai sobre a Organização Meteorológica Mundial (OMM), com sede em Genebra, na Suíça. A prática de nomear tempestades começou na década de 1950, com o objetivo de facilitar a comunicação e evitar erros em avisos e relatórios meteorológicos. A ideia é que nomes curtos e simples sejam mais facilmente reconhecíveis pela população, reduzindo o risco de confusões em meio às emergências.

Esses nomes são pré-selecionados em listas que incluem 21 nomes por ano, alternando entre nomes masculinos e femininos, e respeitando os idiomas mais falados nas regiões propensas a furacões: inglês, espanhol e francês. Assim, nomes como Milton, Katrina ou Harvey são escolhidos por serem familiares às populações dessas áreas.

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Lista de nomes, incluindo Helene e o mais recente, Milton
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Lista de nomes 2
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Lista de nomes 3

A cada ano, a OMM escolhe uma lista com 21 nomes, que seguem a ordem alfabética. Essas listas se repetem a cada seis anos. Por exemplo, o nome Milton pode voltar a ser usado em 2030, caso o furacão não cause destruição significativa. No entanto, quando um furacão é especialmente devastador, seu nome é retirado permanentemente da lista para evitar associações negativas. Foi o que aconteceu com o Katrina, cuja destruição em 2005 levou a OMM a substituir o nome por “Katia”.

Em anos com um número excepcional de furacões, quando todos os 21 nomes são usados, a OMM recorre ao alfabeto grego para nomear as tempestades seguintes. Isso ocorreu em 2020, quando mais de 30 furacões e tempestades tropicais foram registrados. Essa prática, no entanto, também é alvo de críticas, uma vez que nomes como “Alfa” ou “Beta” podem não gerar o mesmo impacto ou senso de urgência que nomes comuns.

As tempestades também recebem nomes diferentes dependendo da região onde se formam. Enquanto os furacões no Oceano Atlântico seguem as listas estabelecidas pela OMM, tufões no Pacífico Norte podem receber nomes em havaiano. Há uma lista separada de 48 nomes que são usados para tempestades que ocorrem nessa área. Já os ciclones formados no Noroeste do Pacífico seguem uma lista específica com nomes de A a Z.

O uso de nomes de pessoas para furacões nem sempre é isento de controvérsias. Em situações de grande tragédia, como foi o caso do furacão Katrina, há questionamentos sobre o impacto emocional que esses nomes podem causar nas populações afetadas. Especialistas defendem que a escolha de nomes mais neutros ou a criação de novos sistemas de nomeação poderiam reduzir o trauma psicológico associado aos furacões devastadores.

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