Se acalme, ministra”: Marina Silva é humilhada em audiência e reage ao vivo
Sessão virou palco de ataques misóginos, ironias e gritos
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, voltou a enfrentar o calor político de um Congresso que prefere a fumaça do conflito à luz dos dados. Convocada para prestar esclarecimentos na Comissão de Agricultura da Câmara nesta terça-feira (2), Marina foi mais interrompida do que ouvida. Uma constante que parece ter virado método.

Zé Trovão (PL-SC) iniciou o coro com ironia: “Se acalme, ministra.” A resposta veio como um tapa de luva:
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“Quando um homem ergue a voz, ele está sendo incisivo. Quando uma mulher fala com firmeza, dizem que é show.”
Mas o espetáculo de hostilidade não parou por aí. Capitão Alberto Neto (PL-AM) acusou o secretário-executivo João Paulo Capobianco de atuar em nome de interesses privados e chamou Marina de “vergonha”. Ela reagiu em defesa do Ibama:
“O Ibama é uma instituição altamente respeitada, que faz o seu trabalho mesmo sob ameaça de criminosos. Em dois anos, entregou uma redução de 46% no desmatamento da Amazônia. Isso é fato.”
Gustavo Gayer (PL-GO) aproveitou para insinuar incoerência política da ministra por integrar o governo Lula, citando repasses a ONGs e lançando suspeitas sobre a COP30, que será realizada em Belém — como se a pauta ambiental fosse apenas pretexto para ataque ideológico.
A sessão foi marcada por interrupções, tumulto e pouca escuta. Exatamente como a anterior, no Senado, onde Marina também foi constrangida e se retirou. O roteiro se repete: convocam para falar de meio ambiente, mas o objetivo é queimar a ministra em praça pública — simbólica, claro. A floresta pode até estar em chamas, mas os deputados preferem mirar o extintor em quem tenta apagá-las
Fonte: Portal AZ