Google informa ao STF que não tem dados sobre publicação da minuta do golpe

Empresa alegou não ser responsável por conteúdo hospedado em sites de terceiros

O Google comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (18), que não possui dados sobre quem publicou uma cópia da minuta do golpe em um domínio público na internet. A empresa, representada por um escritório de advocacia no Brasil, esclareceu que a responsabilidade por essas informações recai sobre as páginas que divulgaram a minuta, e não sobre a plataforma de busca. A decisão do ministro Alexandre de Moraes solicitava o envio de dados que o Google alega não estar em sua posse.

Foto: Reprodução/Google imagens
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De acordo com o comunicado da empresa, "a Google informa a impossibilidade de processamento da ordem de fornecimento de dados que lhe foi direcionada". A companhia enfatizou que, para obter informações sobre publicações em sites de terceiros, seria necessário requisitar diretamente aos administradores desses sites. O Google ressaltou ainda que não é responsável pela hospedagem de páginas alheias e que Moraes não especificou a URL de qualquer conteúdo vinculado aos seus serviços.

O pedido de envio de dados foi feito após a defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e um dos réus do núcleo 1 da trama golpista, solicitar informações ao STF. A minuta em questão foi encontrada na residência de Torres durante uma operação da Polícia Federal (PF), em 2023. As investigações indicam que o documento, de conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, poderia ter sido utilizado para implementar medidas de estado de defesa com o intuito de reverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A defesa de Torres busca minimizar a relevância da minuta nas investigações, argumentando que o documento está amplamente disponível na internet. Após receber as informações do Google, os advogados planejam solicitar uma perícia para demonstrar que a minuta encontrada na casa do ex-ministro não está relacionada ao documento apresentado por Bolsonaro aos ex-comandantes das Forças Armadas, tentando assim desvincular Torres da trama em questão.

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