Em entrevista à BBC Brasil, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT) afirma que o eleitorado evangélico tem sido enganado pelo que chama de fábrica de mentiras” responsável por difundir informações inverídicas sobre a atuação do governo.
Dias, cuja esposa, Rejane Dias, acusada de desvio de verbas do transporte escolar, é evangélica, disse à BBC Brasil que pessoas ligadas às igrejas evangélicas têm sido levadas a ser contra o governo por acreditarem que o governo está fechando igrejas ou criando banheiros unissex nas escolas.
O ministro, que governou o Piauí por quatro mandatos, inclusive com apoio e voto evangélicos, diz que o apoio ou rejeição ao governo, pelas razões que forem, “é uma posição própria da democracia."
Porém, afirma que se uma pessoa “diz que não apoia porque o governo está fechando igrejas, isso é uma mentira e vamos ter que esclarecer. Se ela diz que não apoia porque o governo está tratando de banheiro unissex nas escolas, isso é mentira. Ou seja: temos que trazer a verdade para cada segmento."
Segundo a BBC Brasil, Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, recebeu no final de 2023 a missão de ajudar o governo do presidente Lula (PT) a se aproximar do público evangélico.
Ocorreu que o ano de 2024 começou com más notícias para o governo: pesquisas da Quaest mostraram que a rejeição do público evangélico ao governo Lula subiu de já elevados 46%, em agosto de 2023, para 62%, em março deste ano.
Desde 2018, quando Jair Bolsonaro falou para esse público e se tornou um escolhido pelas lideranças evangélicas, esta parcela do eleitorado passou a ser um calcanhar-de-aquiles para o PT.
Estima-se que em 2018, 70% dos evangélicos votaram no então candidato Jair Bolsonaro (PL).
Qatro anos mais tarde, em 2022, pesquisa realizada do Datafolha estimou, a poucos dias do segundo turno, que Bolsonaro tinha 62% das intenções de voto contra 32% de Lula., o que tornou a vitória do petista ainda mais apertada.
Na entrevista à BBC News Brasil, O ministro Wellington Dias afirma que o cenário para aproximar o governo do público evangélico é prejudicado pelo que chama de “fábrica de mentiras” e defendeu que uma das saídas para o governo se aproximar desse segmento é trabalhar junto a entidades evangélicas em pautas que afetam este público — como a fome.
Segundo ele, “há evangélicos passando fome, e precisamos trabalhar com eles."