No cheque especial

No cheque especial

O Brasil nunca foi uma terra onde disciplina fiscal pudesse ser coisa digna de nota. Nos anos 80 do século passado, governadores promoveram farras fiscais gastando o que podiam e mais ainda o que não podiam. Faziam operações de antecipação de receitas orçamentárias e como tinjam seus próprios bancos estaduais, faziam deles o caixa para uma gastança desenfreada. Comprometiam as gestões futuras sem nenhum remorso e nesse cenário as contas públicas eram lançadas em um buraco sem fundo. Nos anos 90, a União iniciou processos de ajustes fiscais, interveio em bancos estaduais quebrados, proibiu operações de antecipação de receita e enquadrou os estados com um programa de ajuste fiscal até certo ponto leonino, mas que serviu de base para o Plano Real, que devolveu ao país um razoável espaço de alguma estabilidade fiscal e monetária, com inflação mais domada. Isso posto, chega-se agora uma condição em que a anarquia fiscal ronda o país. Noves fora o fato de que quem escreve aqui olha para a aldeia, mas também é razoavelmente capaz de enxergar o buraco federal, temos pela frente uma situação parecida em Teresina e em Brasília: os governos de cá e de lá entraram no cheque especial, garantindo que começam 2023 com déficit, por gastar mais do que pode e por deixar que as despesas de agora fiquem a descoberto para o exercício fiscal do próximo ano. O caso do Piauí, além da redução na receita por perdas em razão de menor cobrança de ICMS sobre combustíveis fósseis, agrava-se porque realizam-se a toque de caixa licitações milionárias, coisa que pode chegar a meio bilhão de reais e que, contratadas, deixam um novo governo sem margem para definir prioridades. Estamos diante de um ato incompreensível de um governo que termina avançado sobre o limite de gastos de quem virá depois.

O candidato ao governo do Piauí pelo União Brasil, Sílvio Mendes aparece com 43% das intenções de votos,podendo vencer as eleições no primeiro turno (Foto: Redes Sociais)

As pesquisas 1

Ontem, duas pesquisas saíram em Teresina. Mais cedo, o jornal Meio Norte, de orientação governista, anunciava que o candidato oficial Rafael Fonteles, do PT, ultrapassava Sílvio Mendes e assumia a dianteira na disputa pelo governo. O mesmo jornal sempre deu vitória do petista no primeiro turno. Ontem mudou de tom.

As pesquisas 2

Sem emitir uma só opinião, a TV Clube divulgou à noite uma pesquisa do Ipec (ex-Ibope) em que Silvio Mendes aparece em primeiro lugar, com 43% das intenções de votos, ante 38% na pesquisa anterior.
Rafael Fonteles, com seis pontos a mais que na pesquisa anterior (23%) aparece em segundo, com 29%.

Primeiro turno

Mantido o cenário atual, o candidato do União Brasil pode vencer a eleição em primeiro turno, pois a soma de Rafael e dos demais adversários não ultrapassa o percentual de votos de Sílvio Mendes.
Mesmo assim, foi feita simulação de segundo turno, na qual o candidato da oposição tem 59,5% das intenções de voto.

Obrigado, Lula!

Dizem militantes e eleitores de Lula que o governo reduz o preço da gasolina toda vez que o petista sobe na pesquisa.
No Piauí, a cada subida de Sílvio Mendes, o governo aumenta o volume de licitações que podem resultar em contratos milionários, amarrando o próximo governador aos acordos com as empresas companheiras.

Ilustre desconhecido

Joel Rodrigues pode deixar a condição de ilustre desconhecido para a da repetição do fenômeno Elmano Ferrer.
Na pesquisa Ipec ele saiou de 10% para 26% das intenções de votos.
Periga chegar na frente do morubixaba petista.

Zeladoria

Faz tempo, mas muito tempo mesmo, que a zeladoria de Teresina é uma coisa de ruim a péssima. Nunca a cidade esteve tão suja, passando a impressão de crescente pouco-caso da gestão com a limpeza.
Um exemplo é que hoje faz 35 dias que uma montanha de entulho foi posta na rua Ângelo Filho, bairro de Fátima, zona leste, sem que uma alma caridosa da Prefeitura se dê o trabalho de recolher.

Fofoca requentada

Um leitor reclama que a coluna anda requentado a informação acerca de um boato sobre a adesão de um deputado federal governista à oposição. “O tempo vai passando e a notícia não se confirma. Em suma, a coluna requenta sempre a mesma fofoca. Vamos inventar outra”, sugere o leitor.
O que nos leva a compreender que somos ruins de fofoca. Caimos no conto de um mesmo boato duas vezes.

Pisada na bola

O mesmo leitor, cavalheiro e gentil, nos repreende, com basta razão, sobre um atropelo sem tamanho acerca da nota sobre a candidatura de Fábio Sérvio. De fato, meteram-se os pés pelas mãos, porque Sérvio era candidato a senador, não a governador.

Câmara

Porém, a coluna não errou ao noticiar que ele disputa vaga de deputado federal. O dado está no sistema de divulgação de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral.
Bem, e usando um termo bem à moda atual, o sistema é auditável.

Campeã

Apostas eleitorais começam a ser feitas para deputado estadual. Os colunistas souberam de uma em que um dos apostadores cravou 40 mil votos para a candidata Bárbara do Firmino, do PP, apenas em Teresina.

Degola

Prestem atenção em chapas proporcionais: Solidariedade e União Brasil. Esses dois partidos podem fazer rodar candidatos nas chapas mais fortes, do PT-PV-PCdoB e PSD.
Aguardemos as urnas, mas a chance de saírem de lá dois deputados federais é grande.

Ping-pong 

Honra ao mérito

Belo Horizonte, Praça da Liberdade, meados dos anos 50. Depois de muito tempo sem vê-la, José Maria Alkmin dá de cara com Lia Salgado, mulher do vice-governador Clóvis Salgado.
Alkmin, derrete-se: "Há quanto tempo, Lia! Como você está jovem, bonita!".
Lia, lisonjeada: "Que nada, doutor Alkmin. Acabo de ser avó."
Alkimin, sem perder o rebolado: "Sim, mas avó por mérito, não por antiguidade."

Expressas

O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí indeferiu, na tarde desta segunda-feira (12), a candidatura de Gessy Fonseca ao Governo do Piauí. 

Em decisão, o TRE anulou a convenção partidária entre o Partido Social Cristão (PSC) e o Podemos.

A Petrobras anunciou a redução, em 4,7%, do preço do GLP (gás liquefeito de petróleo), o gás de cozinha vendido em botijão.

*Esta coluna é de responsabilidade dos colaboradores do Portal AZ

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