Miguel Dias Pinheiro, advogado: Valores humanos violados

Exemplos de valores humanos são o respeito, a honestidade, a humildade, a empatia, o senso de justiça, a Educação, a solidariedade e a ética.

Pedro Menezes, professor de Filosofia, mestre em Ciências da Educação, diz que "os valores humanos são os princípios morais e éticos que conduzem a vida de uma pessoa. Eles fazem parte da formação da consciência e da maneira de agir e se relacionar em uma sociedade. Os valores humanos são normas de conduta que podem determinar decisões importantes e garantir que a convivência entre as pessoas seja pacífica, honesta e justa. Os valores são construídos socialmente e vão orientar as decisões e garantir alguns princípios que regem as ações e, consequentemente, a vida humana".

Exemplos de valores humanos são o respeito, a honestidade, a humildade, a empatia, o senso de justiça, a Educação, a solidariedade e a ética.

Os nossos últimos quatro anos de governo federal absolutamente desastroso, vivenciamos e convivemos no Brasil com evidentes e insistentes violações aos valores humanos - que se diferenciam dos direitos humanos, que também foram agredidos.

Basta citar, por exemplo, o desrespeito aos sentimentos das outras pessoas - o caso devastador da pandemia é uma prova concreta. Desrespeito que - como informou e continua informando a imprensa nacional e internacional - influenciou para decisões que não cultivaram o respeito pela vida das pessoas. "O sonho da igualdade só cresce no terreno do respeito pelas diferenças" (Augusto Cury). 

Sem empatia (com exceção dos golpistas e terroristas), o governo Bolsonaro não foi importante para manter e zelar pelas boas relações humanas.

Professam os doutos que qualquer que seja o governante é necessário que ele desenvolva uma empatia que possa implicar em afastar-se de suas próprias ideias e convicções e olhar para a Administração Pública com a percepção dos outros. "Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele (Carl Rogers).

Inapelavelmente, Bolsonaro foi uma tragédia em termos de senso de justiça. Não demonstrou nenhuma habilidade para avaliar a existência de justiça ou injustiça nas diversas áreas governamentais.

Ser justo, como diz a sabedoria da literatura social e humana e a festejada lição do professor-mestre Pedro Menezes, , "é ter como princípio de vida agir com integridade e igualdade, tomando decisões corretas, tanto para si mesmo como para os outros. Quando um indivíduo que possui um senso de justiça apurado percebe uma situação que manifesta uma conduta injusta, ela costuma agir para tentar solucionar a questão".

Como um ser humano deseducado, sem berço familiar, mau-caráter, um indivíduo que apresenta um caráter negativo, duvidoso, capaz de praticar atos desleais, maldosos e traiçoeiros, Bolsonaro foi, em verdade, um "excepcional" violador do sentimento da cordialidade, por não saber se relacionar com os outros e seguir os princípios do bem comum baseado no respeito mútuo.

O acontecimento envolvendo indígenas (que deve se agravar) mostra com extrema nitidez que Bolsonaro não desenvolveu e nem desenvolve solidariedade alguma com a capacidade de ter simpatia e atenção para com qualquer ser humano. Solidariedade, como sabemos, é um sentimento que se caracteriza pelo interesse verdadeiro de se unir ao sofrimento ou à necessidade de alguém, na ajuda pelo menos do possível. " A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana" (Franz Kafka).

Por fim, para não nos alongar sobre todos os valores humanos negados ao povo brasileiro pelo ex-presidente, o "mito" do desastre nacional não teve e nem tem um mínimo sequer de ética, a capacidade de agir e viver de acordo com valores morais fundamentais.

De acordo com a Filosofia, diz Pedro Menezes, ética é um conjunto de princípios determinantes para o comportamento humano e para a vida em sociedade. Aristóteles descreveu que a ética tem três fundamentos: o uso da razão, a decisão por boas condutas e o sentimento de felicidade. Para ele uma vida ética só será possível se o indivíduo conseguir encontrar meio-termo entre os excessos e as omissões.

Verdadeiramente, Bolsonaro envergonhou e envergonha não só o povo brasileiro, mas todos os povos! Ser uma pessoa ética é ter a consciência da importância de cumprir o dever e de agir com justiça levando como valor fundamental o bem comum, os valores elementares da sociedade. A Bolsonaro, pois, deve-se aplicar a máxima de William Shakespeare, de que “há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”. O “mito” ou “ex-mito”, como queiram, diz-se um ser abjeto, vil, baixo, desprezível, ignóbil, vergonhoso, indigno, infame, reles, torpe,...  "Se a ética não governar a razão, a razão desprezará a ética" (José Saramago).

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