As desavenças internas no PT no âmbito de sua cúpula, mantidas sob obsequioso silêncio de dirigentes, militantes, aliados e da mídia paraestatal, tem surtos localizados, como está ocorrendo em Parnaíba, onde membros históricos do partido trocam acusações mútuas e não poupam o governador Rafael Fonteles de adjetivos ruins.
A briga difundida em troca de mensagens por aplicativo em smartphones envolve ainda os pré-candidatos Rubens Vieira, deputado estadual pelo PT e ex-prefeito de Cocal, o ex-deputado estadual Tererê, o deputado estadual Dr. Hélio, que não é do PT, mas é histórico aliado do agora ministro Wellington Dias, Hilder Monção, do Solidariedade, candidato derrotado a deputado estadual, o vereador Ricardo Veras, do PSB, e Flaviana Melo, do PT, esposa do deputado federal e ex-prefeito Florentino Neto.
O bate-boca em público dá-se em razão da escolha da candidatura de prefeito pelo partido no ano que vem – numa antecipação bastante incomum do debate sucessório na segunda maior cidade do Estado. O governador já teria avisado que seu candidato será o que melhor estiver situado nas pesquisas.
O ponto, então, é esse: há um grupo no PT que quer impor o nome de Flaviana Veras, que não aparece nas pesquisas, a não ser pela rejeição ao nome dela, em razão de sua ligação familiar e política com o marido.
Nesse cenário, a briga de petistas e aliados com o governador é para pressionar Rafael Fonteles a logo definir o apoio à esposa de Florentino. O ex-presidente municipal do PT em Parnaíba, Lourival Felipe Sales Silva, em um áudio, avisa que vai lutar para que seja Flaviana a candidata “independente de candidato de governador”. Lourival chama o governador de “Rafa Boy”.
O racha do extenso espectro governista em Parnaíba é grande porque no lado petista o nome de Flaviana Veras não decola, enquanto aliados de outros partidos se situam melhor nas pesquisas.