Casal é preso acusado de estuprar crianças e as contaminar com AIDS

Em operação na última sexta-feira (10), um casal gay foi preso em Manaus, Amazonas, pelos crimes de estupro de vulnerável e produção de pornografia infantil.

Por José Ribas Neto,

Os acusados de 21 e 31 anos de idade, informa a polícia, também contaminavam de forma intencional as vítimas com AIDS, geralmente crianças entre 6 e 8 anos de idade, na maioria dos casos meninos.

Foto: PC-AMJoyce Coelho, delegada responsável
Joyce Coelho, delegada responsável

As investigações

Segundo a delegada responsável pelo caso, Joyce Coelho, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Manaus, as investigações começaram a dois anos após denúncia quando conversas em um aplicativo de mensagem em um celular deixado em uma assistência técnica para conserto, foram lidas pelo técnico responsável e nelas haviam detalhes sobre as práticas criminosas entre o casal e um terceiro envolvido.

Foto: PC-AMBusca e apreensão na casa dos suspeitosBusca e apreensão na casa dos suspeitos

Ainda na época o aparelho celular não foi aprendido pela polícia, pois os donos o pegaram de volta, mas haviam prints da conversa que foram entregues à polícia. Apesar disso os acusados não foram identificados e as investigações não transcorreram.

“Na época a gente não pôde concluir a investigação, porque o celular não foi encontrado para ser apreendido. O que havia eram alguns prints que a suposta assistência técnica teria feito”, afirmou a delegada.

Confira os prints:
 

Foto: PC-AMPrints
 
Foto: PC-AMPrint2
Foto: PC-AMPrint3
 
Foto: PC-AMPrint4
Em dezembro de 2023, as investigações foram retomadas após nova denúncia, mas desta vez ao núcleo de combate a pedofilia da Policia Federal, tendo sido os suspeitos identificados e uma operação longa de recolhimento de provas e material iniciada, o que mostrou que ambos os acusados eram as pessoas na troca de mensagens e que estes possuíam e trocavam mídias com conteúdo pornográfico infantil produzido por eles.

“Provavelmente, nesse caso, tem tanto o estupro de vulnerável quanto a exploração sexual, considerando que há indícios de prática constantes de estupros de vulnerável e também do compartilhamento dessas ‘mídias’ que eram gravadas”, disse a delegada.

O casal sendo portador do vírus HIV, também é investigado por transmitir a doença de maneira intencional para as vítimas como forma de prazer durantes os atos praticados.

“Então, eles tinham um relacionamento e como uma espécie de fetiche, inseriam uma criança, nesse contexto, com uma conversa assim: ‘ah, passaram para gente HIV, a gente vai ter que passar”, concluiu Joyce.

O modus operandi

Segundo a delegada Joyce Coelho, os alvos eram geralmente escolhidos em locais públicos e de grande movimento, como paradas de ônibus e banheiros de shopping, onde as vítimas eram escolhidas e atraídas para o crime. Os criminosos chegavam a compartilhar estratégias de ataque e como agir durante os crimes nestes locais.

Os criminosos também praticavam os crimes com crianças filhas de amigos e familiares e até conversavam como atrair as crianças para o abuso e cometer o crime sem levantar suspeitas dos responsáveis.

As vítimas na maioria das vezes eram escolhidas pela idade, sendo as de menor idade as preferidas pelo casal e em quase todos os casos relatados, sendo meninos.

Os criminosos

OS acusados mantinham um relacionamento a dois anos e praticavam os crimes juntos, se denominando carimbadores por passar AIDS paras vítimas. Os acusados de21 e 31 anos levavam uma vida aparentemente normal.

Rodrigo Santos se apresentava nas redes sociais como técnico em edificações e mantinha um relacionamento com outro homem a algum tempo.

Victor Igor o outro apontado pelo caso é técnico em enfermagem e estudante do curso superior da área, o que segundo a polícia pode representar uma enorme possibilidade em um novo grupo de vítimas da contaminação proposital com HIV, os pacientes que ele atendia.

Ambos, segundo amigos e familiares nunca levantavam suspeitas dos atos e da índole.

Joyce Coelho, responsável pelo caso, afirma que o total de vítimas ainda não foi totalmente levantado e identificado, mas que as investigações seguem em curso para descobrir novos envolvidos e vítimas do grupo.

Fonte: Ascom PC-AM

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