Rayssa vence mundial de skate; Josilene lança livro

Maranhense é a 1ª atleta na história a levar três troféus seguidos

Rayssa vence mundial de skate

Rayssa Leal vence no fim e se torna tricampeã mundial de skate street

Maranhense é a 1ª atleta na história a levar três troféus seguidos

Vence skate
Rayssa Leal 

Acostumada a façanhas incríveis sob pressão, a maranhense Rayssa Leal, de apenas 16 anos, voltou a fazer história neste domingo (15) ao se tornar a primeira atleta do país a conquistar o tricampeonato na Liga Mundial de Skate Street (SLS, na sigla em inglês). Atrás no placar ao errar as duas primeiras apresentações das manobras no Super Crown (competição final que define o campeão da temporada), Rayssa levou o Ginásio Ibirapuera ao delírio ao cravar nota 9.1 na quinta e última chance, vencendo de virada a disputa com quatro japonesas (duas delas campeãs olímpicas) e uma australiana.

A brasileira levantou o troféu e o prêmio de US$ 100 mil dólares (o equivalente a R$ 600 mil) ao somar 35.4 pontos. Campeã olímpica em Paris, a japonesa Coco Yoshizawa (34,2) foi a segunda colocada e a compatriota Yuemeda Oda (33.7) a terceira no pódio.

Campeã de skate
                    Rayssa Leal

“Eu não tenho palavras o suficiente. Tudo isso que aconteceu hoje vale mais do que esse troféu. Reviravolta, errei as duas primeiras tentativas. Estava nervosa, não vou mentir. Minha família acompanhou tudo isso. Esse troféu vai para o pessoal que está em casa. Vocês viram a realidade do skate, a amizade, a família e vão ver isso aumentando. O nível estava alto, várias notas 9. Foi bem Corinthians. Estou realizada. Estou com todo mundo time, completo, minha psicóloga saiu da Itália para vir para cá”, disse emocionada a maranhense de Imperatriz, em entrevista à TV Globo logo após a conquista.

O controle emocional, de fato, fez toda a diferença. Bronze em Paris, Rayssa correu risco de ficar fora do pódio neste domingo (15), ao errar as duas primeiras manobras na segunda parte da competição. Mas Fadinha – apelido que ganhou na infância ao andar de skate fantasiada – mostrou mais uma vez porque é conhecida como Rainha do Gelo.

A brasileira começou bem Super Crown. Na primeira parte da disputa (duas voltas de 45 segundos), arrancou aplausos dos oito mil torcedores no Ibirapuera, com notas 8.2 e 8.5. No entanto, na soma total das duas voltas, Rayssa terminou atrás da revelação australiana Chloe Covell, de apenas 14 anos. A competição previa ainda cinco apresentações de manobras, sendo que apenas as três melhores notas seriam consideradas na pontuação. Aí veio o susto! Rayssa caiu nas duas primeiras rodadas e zerou na pontuação. A brasileira viu a liderança se alternando entre a australiana Chloe e o quarteto asiático (Momiji Nishiya, Yumeka Oda, Coco Yoshizawa e Liz Akama).

Sem poder errar mais, Rayssa foi para o tudo ou nada e arrancou notas excelentes nas três últimas apresentações de manobras para manter o Brasil na hegemonia no skate street feminino mundial. As notas decisivas foram 9.1, 8.7 e 9.1.

“Foi um ano muito bom, de muito aprendizado, física e mentalmente. Foi um ano difícil, driblamos as dificuldades e deu tudo certo. É tudo ou nada. Na última manobra é bem isso, precisava de 9. Essa e algumas [outras manobras] dariam 9, mas essa é a que fico mais confiante. Felipe fez uma estratégia sensacional, sabe todos os meus pontos”, disse a brasileira referindo-se ao técnico Felipe Gustavo, amigo de Rayssa que este ano passou a treiná-la.

Escritora Piauiense lança livro antirracista 

lança livro
Josilene Neres com sua filha Amanda

A escritora piauiense Josilene Neres lançou sexta-feira(13),  na livraria Entrelivros, em Teresina, o livro “As três Meninas”.

O livro é destinado ao público infanto - juvenil, mas, segundo a autora, é recomendado para o público em geral, já que as discussões sobre o racismo pertencem à sociedade como um todo. A história, que gira em torno da amizade sincera entre três  meninas, as duas irmãs Helena e Heloísa, meninas brancas, filhas da Dona Celeste, e Letícia, a menina negra, filha de Senhor Altino, também reflete a realidade do período da ditadura militar no país e a contradição sobre a divulgação de progresso no Brasil  com a realidade das famílias.

Josilene escolheu como pano de fundo da trama,  um bairro em ascensão à época, a Piçarra , próximo ao centro de Teresina. “Numa realidade que desafiava diariamente as famílias na luta pela sobrevivência” afirma a escritora.

A professora Doutora Simone Euclides, da Universidade federal de Minas Gerais, responsável pelo prefácio do livro, destacou  que a obra é a apresentação do respeito à diversidade, que durante a infância, acontece  forma ainda não corrompida pelos preconceitos enraizados culturalmente na sociedade, superando qualquer comentário racista e aos olhares maldosos."Na relação das três, há a beleza e a pureza que só as crianças conseguem deixar fluir e apenas viver", comentou a professora.

Em seu artigo sobre a publicação,entitulado “Ancestralidade e oralidade negras na obra As três meninas”, o professor doutor Silvino Filho afirma que “Helena, Heloisa e Letícia ancoram suas humanidades na infância, regada à fantasia, peraltices, aventuras e brincadeiras. Isso faz com que elas esqueçam, ou não percebam, o fundo histórico do Piauí e do Brasil” .O professor ressalta que , entretanto o fato não as impede de passar necessidades, materializadas nas ausências de brinquedos, roupas, alimentos, condições mínimas da infância.

Lançamento de seu livro
Registro de convidados que participaram do lançamento do livro 

Sobre a autora

Josilene da Silva Neres é assistente social formada pela UFPI e especialista em Gestão de Cidade pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A escritora é idealizadora e coordenadora da Feira Literária de Barra Grande (FLIBG) e a Feira Literária de Luís Correia (FLLUC).

A autora, também já publicou os livros, O Tempo das Coisas (2018) e As Três Meninas (2022).

Fonte: Agência Brasil.

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