Desejo por aprovação social
Por Josenildo Melo
Esse é o fator que desvirtua o caráter dos homens públicos? Para os humanos cativos do pecado, Deus jamais tencionou outra coisa que não fosse a libertação plena. A mensagem cristã corretamente compreendida é essa: o Deus que pela palavra do evangelho proclama os homens livres, pelo poder do evangelho os torna realmente livres. Aceitar menos que isso é conhecer o evangelho apenas em palavra, sem o seu poder. O que faz seres humanos terem tudo pra construir algo pra coletividade e esquecerem toda a sua formação cristã? Desejo por aprovação social. O que será que “meus amigos irão pensar”? Isso não deve nortear os homens públicos. E não tem essa de que o meio converte os homens. Porque a Europa também não serve de exemplo em valores?
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De acordo com A. W. Tozer aqueles a quem a palavra vem em poder conhecem essa libertação, essa migração interior da alma da escravidão para a liberdade, esse livramento da posição moral, uma verdadeira travessia, e eles, conscientemente, pisam em um outro solo, sob um outro céu e respiram um outro ar. As motivações de sua vida são mudadas e seus impulsos interiores são feitos novos. Como esbanjar sabendo que milhões passam fome? Como viver em um luxo exacerbado sabendo que milhões não possuem o mínimo de conforto e segurança? Que coisa em!
O que são esses velhos impulsos, que outrora forçavam obediência na ponta de um chicote? Quem são esses pequenos capatazes, servos do grande capataz, o eu, que perfilam diante dele e fazem a sua vontade? Diz A. W. Tozer, bem mencioná-los todos demandaria um livro à parte, mas apontaria um como um tipo ou exemplo dos demais – é o desejo por aprovação social. O título de defensor da fé foi dado a apenas dois ingleses em toda a história. O Rei Henrique VIII ganhou tal título, de leão X, por repelir a heresia protestante na Inglaterra por quase vinte anos e por refutar por escrito o herege Martinho Lutero, em uma obra que dedicou ao papa. Este rei católico se tornou ele próprio herege, foi excomungado por Clemente VII e fundou uma igreja na qual era o pontífice: a Igreja Anglicana. Tudo isso pelos encantos de Ana Bolena, sua amante, com quem queria se casar. O desejo por aprovação popular é muito perigoso!
Outro inglês seria chamado de defensor fidei, defensor da fé, agora pelo Papa Pio XI em pleno século XX, essencialmente por ter feito o caminho de volta, da Igreja Anglicana para a Católica; e de acordo com Antônio Emílio Angueth de Araújo, esse inglês foi Gilbert Keith Chesterton. Pio XI estava certamente reconhecendo a importância da obra de G K Chesterton em defesa do catolicismo e, indiretamente, reconhecendo a grande importância da conversão. Um convertido da estatura de G K Chesterton, desprovido de aprovação popular e social,dificilmente deixa de influenciar os indecisos que estão à porta da Igreja!