Assessores de Ciro e Marcelo faziam tráfico de influência, diz jornal
O jornal mostra, em segunda reportagem, a relação promíscua dos dois senadores
Informa O Globo em sua edição de hoje, que são mais extensas as ligações pouco republicanas entre os senadores Marcelo Castro (MDB) e Ciro Nogueira IPP) e seus assessores que faziam lobby para liberar verbas para prefeitos no Piauí.
Irmãos espertos
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Segundo o jornal carioca, os irmãos Christopher Jorge Saraiva Amorim e Christian Saraiva Amorim, donos da consultoria Positiva Assessoria Pública, que também atuavam como assessores parlamentares de Castro e Nogueira estiveram 20 vezes em pelo menos três ministérios (Saúde, Desenvolvimento Social e Integração).
Também foram ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), segundo dados que o jornal obteve por meio da Lei de Acesso à Informação.
Os dois irmãos foram nos ministérios e nas fundações para assessorar prefeitos à cata de recursos – isso enquanto também prestavam serviços aos senadores.
Uso das emendas
Conforme informou o jornal O Globo, os irmãos Amorim, quando ainda estavam pendurados em cargos nos gabinetes de Ciro Nogueira e Marcelo Castro, “fecharam contratos com prefeituras do Piauí contempladas com emendas parlamentares enviadas pelos senadores que assessoravam”.
Diz o jornal que os “negócios firmados com os municípios—93% deles sem licitação—renderam cerca de R$ 9,5 milhões à empresa dos assessores de Ciro Nogueira e Marcelo Castro.
Prefeito super sincero
Segundo relato feito para O Globo, o prefeito de Caraúbas do Piauí, João Coelho de Santana (PT), diz ter sido levado pelos irmãos a pelo menos quatro reuniões em Brasília: “O recurso da Funasa é pago por meio do escritório deles. Eles fazem essa ponte. Tudo passa por eles antes de ser liberado”, disse com uma sinceridade avassaladora o prefeito.
Dinheiro para Carnaúbas
O jornal indica que dados do Portal da Transparência do governo federal mostra ter havido liberação de R$ 239 mil para a prefeitura de Caraúbas do Piauí dois meses após a primeira visita do assessor à Funasa. O recurso se refere à primeira parcela de um convênio firmado em 2019.
Visitas frequentes
Na Funasa os irmãos Amorim eram frequentes. Segundo O Globo, registros de visitas indicam ao menos nove vezes a presença deles na Fundação. Em duas ocasiões, nos meses de junho e novembro do ano passado, Christian Amorim se apresentou como assessor de Marcelo Castro.
Assessor remunerado
No cargo de assessor parlamentar, o empresário, lotado no escritório de Marcelo Castro em Teresina, recebia R$ 14 mil mensais. Ele foi exonerado dia 24 de abril quando o jornal questionou as ações dele junto ao senador Marcelo Castro.
Christian Amorim disse a O Globo que as reuniões nas repartições federais em Brasília foram feitas “com intuito de representar os prefeitos” que contrataram a empresa dele, Positiva.
O que dizem (ou não) os envolvidos
Segundo a reportagem de O Globo, o senador Marcelo Castro, por meio de sua assessoria, disse que não autorizou nem tinha conhecimento de nenhuma ida do seu então servidor [Christian Amorim] à Funasa, muito menos para tratar de assuntos referentes à empresa em que ele atua”.
Já o senador Ciro Nogueira, sempre muito ágil em atacar até a ex-presidente Dilma Roussef, que chegou chamá-la de mãe, manteve silêncio quando procurado pelo jornal.
O mesmo fez o seu assessor Christopher Amorim.
Ministérios silenciam
O padrão de silêncio do senador Ciro e de seu assessor foi seguido pelos Ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social e da Integração.
Por sua vez, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) informou que técnicos do órgão se reuniram com Christopher e gestores de cinco municípios do Piauí em junho do ano passado.
Aposta arriscada
Ao trocar Teresina (Fabio Novo) por São Raimundo Nonato (o primo Rogério Castro), o senador Marcelo Castro (MDB) faz uma aposta mais que arriscada: se perder na terra natal, perde bem mais uma disputa com a outra oligarquia municipal liderada pelo deputado Hélio Isaías, do PT.
Em caso de Rogério Castro perder, naufraga com a candidatura dele considerável parte da força política do senador.
Olhando para 2026
Marcelo seria o que se chama de “candidato” natural a senador em 2026, quando seu mandato vai à renovação.
Se perde sua maior aposta eleitoral dois anos antes, chegará à mesa de negociação sem a necessária força para se impor como o nome do MDB numa chapa majoritária do agrupamento político dominante no Estado, liderado pelo PT desde 2002.
Júlio César vem aí
Com pretensões não menos modestas, o deputado federal Júlio César Lima quer eleger pelo menos 60 prefeitos – mas projeta lançar o dobro de candidaturas.
E fará isso para chegar dando as cartas na mesa de negociação em 2026.
O deputado oriundo da velha Arena, com passagem pelo PDS e PFL, um craque no jogo político oligárquico, quer ser senador e botar o filho Georgiano como candidato a deputado federal.
Nada de duvidar
Se atualmente o PSD sob mando de pai (Júlio César) e filho (Georgiano Neto) tem 60 prefeitos e quer fazer mais para ter musculatura para garantir as exigências em 2026, não se pode duvidar da força deles.
Marcelo enfraquece
Mas há que se perceber, num cenário assim, o enfraquecimento do senador Marcelo Castro, que trafega na direção contrária de Júlio Cesar, apostando alto demais em um só nome, o do primo Rogério.
A ironia do Diabinho
Hélio Isaías ironiza a transferência do domicílio eleitoral de Marcelo Castro para São Raimundo Nonato:
“A prefeita Carmelita Castro faz história, porque em sua gestão, além de tudo o que fez, está fazendo voltar a São Raimundo Nonato quem nasceu aqui, mas aqui nunca votou”, disse.
Tarifa zero?
No evento “junta Teresina” o governador disse que sabe fazer conta e que vai ajudar o Fábio novo a implantar tarifa zero no transporte público da capital.
Leitor observou, porém, que Rafael não sabe fazer contas na hora de aumentar o salário dos servidores públicos.
“Tá vendo a contradição e a enganação”, frisa o leitor.
Ah…
Rafael enumerou três questões que disse que se eleito, Fábio Novo irá implantar em Teresina.
Nenhuma delas o governador pensou fazer no governo estadual.
Censura e perseguição
Vê só como Fábio Novo e seus colegas de PT tratam os críticos (e os não críticos, os bajuladores).
Já processou Petrus Evelyn e a página O Piauiense, botou Pedro Alcântara para fora da TV antena 10; tem censurado jornalistas de vários veículos de comunicação; silencia todos os da TV Meio (por muito dinheiro, claro) e agora está processando a página Corrupção Piauiense.
O construtor
Todos sabem, Franzé Silva é fiscal de tributos.
Mas ele daria um bom dono de construtora. Porque desde que assumiu a presidência da Assembleia Legislativa, o homem não deixa pedra sobre pedra. Derruba e faz de novo.
O que isso tem custado, só um bom matemático para saber.
Só falta o mármore
Ele acaba de inaugurar o novo plenário do legislativo que, aparentemente, estava em boas condições e com ótimo visual.
Queira Deus não vá colocar mármore nas potentes colinas de cimento do segundo poder do Estado.
Dono do mandato
Não é sem propósito que se fala alhures que Franzé é hoje, o único candidato com “bala” e disposição para disputar um mandato de deputado federal em 2026.
Florentino, Merlong, Átila Filho, Dr Francisco, Jadyel, Júlio Arcoverde, que façam volume de suas emendas.
Porque um já perdeu o mandato pro cabeça luminosa.