Direto da Redação: o título de cidadania e o escândalo do INSS

A homenagem foi proposta pelo deputado Henrique Pires (MDB), sem alarde e aprovada com louvor. O detalhe embaraçoso: Wilians acaba de ser citado em um relatório da Polícia Federal por movimentar R$ 4,3 bilhões em transações consideradas suspeitas pelo Coaf com um dos envolvidos até o pescoço nos descontos do INSS, no contexto de investigações sobre fraudes dos aposentados. Mas uma coisa não tem nada a ver com outra.

Foto: Reprodução

Homenagem a Nelson Wilians – olha aí o Franzé e o Henrique Pires fazendo bondade com título honorífico

Da honraria no Piauí ao pagamento de um dos INSS

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Relatório do Coaf enviado à PF aponta que Nelson Wilians teria feito pagamentos a um dos empresários investigados na “farra do INSS”, esquema de descontos ilegais em aposentadorias via sindicatos de fachada. O site Metrópoles revelou que, embora Wilians ainda não seja formalmente investigado no caso, suas operações chamaram a atenção por envolver figuras centrais do escândalo. Coincidência ou não, o Piauí foi o estado mais afetado pelas fraudes – e, mesmo assim, o homenageou com um título de cidadão.

Piauí lidera fraudes no INSS e premia advogado citado em relatório

O Piauí é o estado campeão em irregularidades na folha de pagamento do INSS, segundo investigações da PF e da CGU. É também onde se concentrou o maior número de sindicatos fantasmas usados para lesar aposentados com descontos indevidos. E é justamente ali, no coração das fraudes, que a Assembleia homenageou com cidadania honorária um dos nomes citados no relatório da PF. 
Nelson Wilians, beneficiado pela honraria, movimentou bilhões em transações suspeitas, segundo o Coaf. A realidade e o simbolismo seguem em conflito.

Foto: Reprodução/CNN

INSS, no Piauí a farra comeu solta

Portugal

Ciro Nogueira (PP), o mais frequente crítico de Rafael Fonteles (PT), está em Portugal no mesmo evento, promovido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF.

Licença

Georgiano Neto (MDB) pediu licença de 120 dias e no lugar dele deve assumir a suplente Vanessa Tapety. O deputado estadual, que vai disputar vaga na Câmara, alega formalmente que vai tratar da saúde, mas até as cadeiras vermelhas do plenário da Alepi sabem que ele vai mesmo é cuidar da “saúde” de sua campanha.

Foto: Foto: Lucas Sousa/ Portal AZ

Georgiano Neto (PSD)

Mais uma

Há quem diga também que outra integrante da família Lima com mandato atual, a senadora Jussara Lima, mãe de Georgiano, estaria ensaiando licenciar-se do cargo, que assumiu com a convocação do titular Wellington Dias (PT) para ser ministro de Lula.
A senadora diz que se for se afastar, antes vai se avistar com o detentor do mandato, pois uma licença faz  com que o segundo suplente, José Amauri, seja  convocado.

Outra vez

Se Amauri conseguir com que Jussara deixe o mandato, será a segunda vez que assume provisoriamente o Senado. Na primeira vez, ficou quatro meses com a licença de Elmano Ferrer, entre julho e outubro de 2018.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

José Amauri, agora em vias de ser chamado ao Senado 

Papelada

A Assembleia Legislativa do Piauí vai pagar R$ 484.7 mil a uma empresa chamada Comércio de Papel, Afins e Serviços Ltda. pela aquisição de material de expediente e limpeza. A empresa fica sediada em Teresina, na rua Barroso, centro.

Cidadania

Os deputados estaduais do Piauí aprovaram na semana passada projeto que dá título honorário de cidadania ao juiz Ulysses Gonçalves da Silva Neto, integrante do Tribunal Regional Eleitoral.
O juiz nasceu na cidade baiana de Campo Formoso.

O Piauí lá fora

O Piauí anda mesmo muito mal de representantes. No Legislativo, a maioria é vista como “mamadores de emendas parlamentares”, deputados que só pensam naquilo, dinheiro vivo. E, invariavelmente,  fora dessa caixinha, aparecem os investigados e condenados.

Veja aí a condenação do advogado Ney Ferraz.

Foto: Reprodução

Ney Ferraz Júnior, secretário do GDF

Ney Ferraz

A notícia está no mundo: “a 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) condenou o secretário de Economia do Distrito Federal, Ney Ferraz Júnior, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Natural do Piauí e ex-superintendente do INSS no estado, Ney Ferraz recebeu a pena de nove anos e nove meses de prisão, conforme divulgado pelo portal Metrópoles. A decisão reformou a sentença de primeira instância, que o havia absolvido da acusação de corrupção”.