Climatologista alerta para falta de gestão de risco e prevenção de desastres naturais no Piauí
Climatologista alerta para falta de gestão de risco e prevenção de desastres naturais no Piauí
Um dado vem se tornando preocupante no Piauí. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 88,39% dos municípios do estado não possuem planejamento para gestão de risco e prevenção de desastres naturais. O Café com Informação convidou o climatologista e professor da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Werton Rios para falar sobre o assunto.
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“É o mais alto índice entre os estados do Brasil, que tem média de 59,4%. Nós devemos desenvolver e compreender uma cultura de risco, mas isso implica em grandes impactos no sistema econômico local e bem como traumas na sociedade. é necessário educar a população para o enfrentamento de desastres”, explica.
No Piauí, os fenômenos naturais mais comuns são as chuvas e seca, com 94%. Esses números mostram uma realidade já vivenciada em alguns municípios que passaram recentemente por alagamentos. Outros sofrem com efeitos da estiagem prolongada e dependem diretamente de ajuda dos governos estadual e federal.
“É um dado alarmante. O estado do Piauí produz uma ciência voltada para o estudo da vulnerabilidade ambiental, social e econômica. Temos engenheiros, arquitetos, biólogos e geógrafos que tem uma visão muito proativa da ação do sujeito na sociedade, que leva em consideração a sustentabilidade, ou seja, temos capital humano, além dos órgãos institucionais. Então se torna preocupante, mesmo nosso risco sendo sazonal”, fala.
Para o climatologista, Werton Rios, o maior problema é a questão política, pois, segundo ele, é melhor fazer uma ação emergencial do que preventiva.
“A política emergencial ela tem um ponto muito forte ao contrario da que envolve a política preventiva, que envolve um processo educacional. Os processos preventivos não produzem votos, porque é um processo lento e silencioso. A gente percebe no sertão o impacto pela chegada dos carros pipas, no momento de flagelo terrível, mas causa um grande impacto para quem precisa”, diz.
Sobre o que esperar para os meses conhecidos como B-R-O Bró, o especialista faz uma alerta à população, pois nessa época do ano os raios ultravioletas são bem mais fortes.
“Apesar dos meses de julho e inicio de agosto apresentarem climas mais amenos, com temperaturas mais agradáveis, nós devemos esperar um B-R-O Bró bem típico, com altas temperaturas, umidade relativa do ar baixa, e vale aquelas dicas com a saúde, com o uso de protetor solar para a pele e hidratação”, conclui.