Entre a Memória e o Esquecimento - a segunda morte de Firmino

Barbarização, é como devemos chamar a política pela política, destituída de valores profundos quando destruidora de uma mémoria

Por Por Jose Ribas Neto - o ‘estagiário’ do O Piauiense,

Ainda durante a graduação em História, curso este nunca terminado, deparei-me com um texto profundo do filósofo francês Paul Ricœur, indicado pelo professor Josimar de Paolo: ‘La mémoire, l'histoire, l'oubli’.

Foto: ReproduçãoBárbara e Fábio Novo, com Franzé atrás bancando o mestre de cerimônia, num evento em que ela se abraça aos adversários históricos do seu pai, Firmino.
Bárbara e Fábio Novo, com Franzé atrás bancando o mestre de cerimônia, num evento em que ela se abraça aos adversários históricos do seu pai, Firmino.

A história de um acontecimento, fato ou pessoa, passa pelos estágios de memória, história e do fatídico esquecimento. E é da natureza do esquecimento, este que quero abordar aqui, que ele tenha sua relação com a memória e fidelidade ao tempo passado.

Com o esquecimento da memória de Firmino Filho feito em prol da narrativa do PT e com o aval de seus familiares, todas as suas crenças e ideias agora se tornam vazias. Nem os ataques rasteiros de Fábio Novo contra Firmino e nem a posição de Firmino em relação PT, foram meios de impedir que toda sua vida e história fosse destruída por aqueles que teriam o dever moral de protegê-la.

Ao cometer um abuso da história, é a memória objeto da ideologia e de suas mentiras, como escreverá Ricœur:

‘‘[…] a ideologia opera como discurso justificador do poder, da dominação, que se veem mobilizados os recursos de manipulação que a narrativa oferece.’’

Não existindo discurso justificador para abandonar uma ideia de Firmino, manifesta em vida e celebrada por seus pares no pós-morte, nem mesmo a argumentação de que Silvio não prestaria-lhe apoio nestas eleições em 2024. Pois um agente da história tem em sua memória os valores que não podem ser negociados. Em outros termos, um Firmino no PT não é essencialmente, um Firmino.

O que muitos se esquecem, inclusive os de mesmo sangue, é que diante deste ato tão pecaminoso, quanto voraz, se destitui de seu lugar originário a memória de Firmino, está se apagando diante de nosso olhos a história política recente do Piauí. Ou nas palavras de Ricœur:

‘‘[…] os abusos da memória tornam-se abusos de esquecimento”.

Em resumo, toda a grosseria do momento tem o peso de uma segunda morte de Firmino, onde os ditos ‘‘firministas’’ são em resumo apenas, oportunistas.

Fonte: Portal AZ

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