Uma direita engajada na destruição do Poder Judiciário

E alguns magistrados não se deram conta do momento tenebroso

Por Miguel Dias Pinheiro, advogado,

Há uma "guerra" muita definida para atacar firmemente o Poder Judiciário. A estratégia é desacreditar o máximo possível a nossa Justiça. De modo que uma grande parte da sociedade possa se "convencer" de que o Judiciário é a causa da maioria das nossas mazelas. E, infelizmente, alguns magistrados(as) não se deram conta disse E, pasmem!. Muitos(as) alimentam a direita em um "projeto" tresloucado.

Basta constatar-se que nos últimos tempos direitistas brasileiros passaram a vender a falsa ideia de estamos sob uma "ditadura do Judiciário". Até a nível internacional! Quando é justamente o contrário. Porque nossa Justiça tem se esforçado para evitar agressões constates à nossa, procurando prevenir e punir a desobediência civil, o estabelecimento de uma exceção inclusive movida a assassinatos de autoridades.

Deliberadamente, a direita vem a passos firmes destruindo reputações. Inclusive de membros da própria Justiça. "O dano que esse modo de proceder está a causar à credibilidade do Judiciário é incalculável e se refletirá por gerações na insegurança jurídica no país", diz o procurador de Justiça aposentado José Guilherme de Aragão.

Comungo da ideia de que a direita brasileira é quem alimenta a extrema-direita. É aquela máxima popular de que "joga a pedra e esconde a mão". Quando se trata, por exemplo, de destruição de reputações e das instituições, a direita se cala, implicitamente consente e adere, fazendo "cara de paisagem"

Inapelavelmente, assistimos atônitos a tentativa de destruição do Estado Democrático de Direito, do Poder Judiciário e da própria Constituição. É forte a luta da direita e da extrema-direita em fenar de forma violenta a democracia e o estabelecimento de uma justiça social. Como diz o jornalista Eduardo Guimarães, "a direita prefere destruir o país a aceitar justiça social". É verdade! Tem ódio do justo como o diabo tem da cruz!

No livro "Uma Teoria da Justiça", John Rawls, professor de filosofia política na Universidade de Harvards, já falecido, diz que "...justiça social é uma construção moral e política baseada na igualdade de direitos e na solidariedade coletiva. Em termos de desenvolvimento, é vista como o cruzamento entre o pilar econômico e o pilar social".

E defende três princípios: 1) garantia das liberdades fundamentais para todos; 2) igualdade equitativa de oportunidades; 3) manutenção de desigualdades apenas para favorecer os mais desfavorecidos.

A justiça social, na visão de estudiosos como Rawls, é, acima de tudo, preservar e enaltecer os direitos humanos pela redução das desigualdades. Partindo-se da tese que busca determinar o que é 'justo', não o que é 'moral', 'ético' ou 'bom'.

Sem dúvida, hoje, a direita virou uma maldição! Que tenta a todo custo impor o que é "injusto". A sabedoria literária ensina que a maldição da injustiça se transforma, com o tempo, em hábito, em vício, em forma de vida, em atividade constante para o malefício.

Fonte: Portal AZ

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