Quando o coração vive em alerta e você não consegue ter paz

"Quando amar dói mais do que conforta, é hora de repensar o que você chama de amor e ficar em alerta."

Por Carlos Sousa,

O amor é, muitas vezes, idealizado como um sentimento que nos preenche de paz, segurança e acolhimento. E, de fato, deveria ser assim. Mas, para muita gente, amar se tornou sinônimo de viver em constante estado de alerta, com o peito apertado e a mente mergulhada em incertezas. A ansiedade que nasce de um relacionamento não saudável vai corroendo o brilho do sentimento e transformando o que era para ser leve em um fardo emocional.

Foto: ReproduçãoMeu rubi

Quando estamos em um relacionamento, o mínimo que se espera é que esse vínculo traga conforto, apoio e tranquilidade. É normal ter conflitos, inseguranças pontuais e até algumas dúvidas — afinal, somos humanos e estamos lidando com outras histórias, bagagens e sentimentos. Mas quando a presença do outro nos causa mais tensão do que alívio, algo está fora do lugar.

Relacionamentos que causam ansiedade frequentemente estão marcados por comportamentos ambíguos, ausência de comunicação clara, insegurança emocional e jogos de poder. A pessoa não responde mensagens por horas e depois aparece como se nada tivesse acontecido. Promete estar presente, mas vive arranjando desculpas para se afastar. Deixa pistas confusas sobre o que sente e nos faz viver em função da próxima atitude, do próximo sumiço, da próxima crise.

Esse tipo de relação nos coloca em uma posição de vigilância constante. Ficamos tentando interpretar cada mensagem, cada silêncio, cada mudança de humor. O amor vira um enigma cansativo que suga nossa energia emocional. A ansiedade passa a ser nossa companhia constante — e, pior, muitas vezes achamos que isso é normal. Mas não é.

Amor de verdade não nos deixa esperando migalhas. Ele não nos adoece com incertezas. Ele não nos faz sentir que estamos sendo “muito” por querer afeto, por pedir reciprocidade, por desejar presença. Quando nos sentimos culpados por desejar coisas simples como carinho, estabilidade e respeito, é sinal de que estamos vivendo algo tóxico, não amoroso.

É importante entender que essa ansiedade que se instala no corpo e na mente é um sinal de alerta. É o coração dizendo que algo não está certo. O corpo fala: sono agitado, falta de apetite, taquicardia, pensamento acelerado, medo constante de abandono. Não é drama, é um pedido de socorro.

Amar não é sobre provar o tempo todo que somos suficientes. Não é sobre correr atrás de quem está sempre fugindo. Não é sobre se moldar para caber nos caprichos do outro. O amor, quando é saudável, não nos diminui, não nos angustia e não nos desestabiliza. Ele soma. Ele acolhe. Ele nos permite ser quem somos, com nossas vulnerabilidades e potenciais.

Se você está vivendo um relacionamento que te deixa ansiosa(o), insegura(o) e desconectada(o) de si mesma(o), talvez seja hora de parar e refletir: isso é amor ou apego disfarçado? É conexão verdadeira ou medo de estar só? É reciprocidade ou apenas ilusão?

É necessário coragem para reconhecer que estamos em um ciclo de ansiedade causado por quem deveria nos tranquilizar. E é mais corajoso ainda escolher sair desse ciclo, mesmo que isso signifique ficar sozinha(o) por um tempo. A paz que vem depois da libertação de um amor ansioso vale muito mais do que a presença de alguém que só nos causa dúvidas.

Relacionamentos saudáveis não são perfeitos, mas têm algo essencial: segurança emocional. A gente sabe onde pisa. Sabe o que o outro sente. Sabe que pode contar, conversar, discordar sem medo de punição emocional. Quando há amor de verdade, há também clareza, diálogo e entrega mútua.  Sugar daddy

Por isso, lembre-se: amor não é para causar ansiedade. É para curar. É para aliviar. É para somar. Qualquer coisa diferente disso merece ser questionada. E você merece muito mais do que viver em alerta — você merece um amor que traga paz ao seu coração.


Meu Rubi

Fonte: Izabelly Mendes

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