Relacionamento onde você não pode ser real é prisão emocional

Uma prisão emocional acontece quando você não pode ser você mesma. Quando sente que precisa andar em ovos o tempo todo.

Por Carlos Sousa,

Em um relacionamento saudável, a liberdade de ser quem se é, com todas as suas imperfeições, sonhos, opiniões e emoções, deve ser um direito básico. No entanto, muitas pessoas se encontram vivendo um tipo de relacionamento onde precisam vestir uma máscara constantemente — escondendo seus sentimentos, evitando conflitos, engolindo palavras e diminuindo sua própria essência para agradar o outro. Isso não é amor: é uma prisão emocional.

Foto: DivulgaçãoMeu Rubi


Uma prisão emocional acontece quando você não pode ser você mesma. Quando sente que precisa andar em ovos o tempo todo. Quando tudo que você diz pode virar uma briga. Quando expressar tristeza é visto como drama, quando ser feliz demais é egoísmo, e quando até seus silêncios são interpretados como ameaça. Estar em um relacionamento assim desgasta a mente, o corpo e a autoestima.
Muitas vezes, essa prisão emocional começa de forma sutil. No início, o parceiro parece atencioso, cuidadoso, e protetor. Aos poucos, vêm os comentários: "você fala demais", "não gosto quando você se veste assim", "você é muito sensível", "isso é coisa da sua cabeça". Frases que, no começo, parecem inofensivas, mas que com o tempo vão moldando o seu comportamento até que você se veja completamente anulada.
Você começa a duvidar de si mesma, se censura antes de falar, evita contar coisas para não gerar ciúmes, não fala com certas pessoas para não provocar crise, não se arruma mais do jeito que gosta porque ele não aprova. Percebe como, devagar, você vai deixando de existir? E o mais doloroso é que muitas pessoas nem percebem o quanto estão presas até que tudo se torna sufocante.
Relacionamentos que sufocam não se baseiam em amor verdadeiro, mas em controle. Amar alguém não é querer que a pessoa se encaixe nas suas exigências. É acolher o outro como ele é, com seus altos e baixos, suas esquisitices, suas opiniões divergentes. Amor real exige liberdade, confiança e espaço para a autenticidade. Sem isso, o vínculo vira uma gaiola dourada: parece bonito por fora, mas por dentro há sofrimento e silêncio.
É importante lembrar que, para estar com alguém, você não deve abrir mão de si. O amor não deveria exigir que você deixasse sua essência para trás. E se o preço para manter a relação é engolir sua própria verdade, esse relacionamento está custando caro demais. Ninguém merece viver com medo de ser quem é. Ninguém merece acordar todos os dias com o peso de não poder simplesmente existir dentro da própria história.
Muitas vezes, o medo da solidão faz com que pessoas permaneçam em relacionamentos assim. Mas a verdade é que estar só e livre é infinitamente mais leve do que estar acompanhada e oprimida. A verdadeira companhia não aprisiona — ela impulsiona, ela acolhe, ela dá asas, não correntes.
Se você sente que precisa se esconder, se calar, se moldar o tempo todo para ser aceita dentro de um relacionamento, pare e reflita: o que você está chamando de amor pode ser, na verdade, controle disfarçado. E ninguém foi feito para viver presa dentro de si mesma por medo de perder o outro.  
Ser real é um ato de coragem. E todo relacionamento saudável começa quando duas pessoas podem ser inteiras, livres e verdadeiras uma com a outra. Se isso não acontecer, talvez seja hora de abrir a porta dessa prisão emocional e se libertar — não por falta de amor pelo outro, mas por amor a si mesma.

Meu Rubi

Fonte: Meu Rubi

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