Cruzeiro avalia mecanismos para frear variações cambiais futuras e novo salto em dívida na Fifa

Diretor de finanças e controladoria explica estratégia para frear possíveis altas de moeda estrangeira; dívida com o Al Wahda precisa ser paga até meados de outubro

Por Globo Esporte,

A pandemia do novo coronavírus afetou os mercados financeiros de o todo mundo e fez moedas estrangeiras dispararem frente ao real. Caso do dólar, acima de R$ 5, e do euro, superior a R$ 6. A desvalorização da moeda brasileira causou um forte impacto nas dívidas do Cruzeiro em processos na Fifa: de R$ 52 milhões para R$ 81 milhões. A experiência faz o Cruzeiro buscar mecanismos que o deixem mais seguro quanto à volatilidade do mercado.

É que o clube tem dívidas ainda este ano para pagar. Uma delas, referente ao volante Denilson e que já custou seis pontos na próxima Série B, precisa ser quitada para evitar um rebaixamento à Série C do Brasileiro. Segundo apurou a reportagem, deverá ser paga até meados de outubro.

- A dívida na Fifa aumentou um pouquinho por causa da variação cambial. Estou tentando fazer algum NDF, algum hedge (mecanismos financeiros), para segurar uma possível variação cambial, mas a dívida aumentou nesse sentido - disse o diretor de finanças e controladoria do Cruzeiro, Matheus Rocha, em transmissão da auditoria BDO.

As duas modalidades servem para proteger o Cruzeiro de uma variação cambial brusca, estabelecendo, por exemplo, uma taxa cambial no momento do pagamento ao clube ou um congelamento da moeda estrangeira a partir do acordo firmado. Matheus Rocha comentou sobre a necessidade de pagar os valores, principalmente em relação ao Al Wahda.

- São várias ações em conjunto. Hoje só temos o Al Wahda, que é a dívida que não conseguimos pagar em meados de maio. Não pagamos em meados de maio. A ideia é pagar nos próximos meses. Essa é a única que dá uma punição mais severa, que é a queda para a Série C. Já estamos com isso no radar e trabalhando pesado para o pagamento ao Al Wahda.

Desde que assumiu o Cruzeiro, Sérgio Rodrigues já pagou uma das dívidas envolvendo a contratação de Willian, hoje no Palmeiras. Agora, em 15 de julho, precisa pagar quase R$ 12 milhões pela compra de Rafael Sobis. Depois de 21 dias, será preciso quitar a dívida por Pedro Rocha, avaliada em R$ 2,3 milhões.

- Na Fifa já pagamos o Zorya. As outras também estamos trabalhando no pagamento. Porém, as outras temos penas mais brandas, que é o não registro de atletas, que acredito que outros clubes brasileiros já tiveram - disse Matheus Rocha.

Dívidas com intermediários
O Cruzeiro também precisa quitar os débitos com intermediários. Juntando as dívidas com clubes, em processos na Fifa e agentes, a Raposa estima que precisa quitar R$ 183 milhões ao todo.

- Ainda temos muitos agentes. Conversei com alguns essa semana, eles entenderam. Nós falamos, a ideia é jogar para o ano que vem, quando vamos ter uma receita maior, quando poderemos fazer uma composição com eles, porque a gente entende que eles fazem parte do ecossistema do futebol. Nós não só queremos pagar, como nós vamos pagar todos - finalizou Matheus.
 

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