MPF entra com ação contra diretora do Flamengo por publicação xenofóbica
Ângela Machado chamou nordestinos de carrapatos
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro entrou com uma ação civil pública exigindo que Ângela Machado, diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, pague uma indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos. Segundo o MPF, a esposa do presidente do clube, Rodolfo Landim, fez uma publicação xenofóbica contra nordestinos no Instagram, um dia após o segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito.

De acordo com a ação assinada pelos procuradores regionais dos Direitos do Cidadão, Ângela teria feito a publicação em 31 de outubro motivada pela expressiva votação que Lula obteve na região Nordeste. No segundo turno, Lula recebeu 69,34% dos votos nordestinos, contra 30,66% do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Na ocasião, Ângela escreveu: "Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias, bora trabalhar, porque se o gado morrer o carrapato passa fome". No dia 3 de novembro, ela confirmou o compartilhamento da mensagem e pediu desculpas. No entanto, o MPF considerou que os novos posicionamentos não a eximem de responsabilidade e que o texto constitui uma ofensa à dignidade e à honra, ao buscar desumanizar e inferiorizar os nordestinos.
Os procuradores destacaram que o pedido de desculpas não é suficiente, pois a reparação deve ser plena e integral. O processo judicial deve ser um instrumento de proteção dos direitos fundamentais e não um palco para naturalização de atitudes racistas ou discriminatórias.
Além da ação civil pública, o MPF acionou a Polícia Federal para investigar um possível crime previsto na Lei nº 7.716/89, que trata de crimes resultantes de discriminação ou preconceito.
A assessoria do Flamengo não se pronunciou sobre o caso.
Fonte: Agência Brasil