Agnes Keleti, medalhista de ouro mais velha da história, morre aos 103 anos
Pentacampeã olímpica e sobrevivente do Holocausto faleceu em Budapeste devido à pneumonia
Agnes Keleti, considerada a medalhista de ouro mais velha da história e um ícone da ginástica mundial, morreu nesta quinta-feira (2) aos 103 anos, em Budapeste, na Hungria. A pentacampeã olímpica estava hospitalizada desde 25 de dezembro devido a um grave quadro de pneumonia.
O Comitê Olímpico Húngaro anunciou a notícia com pesar, destacando a grandeza de sua trajetória dentro e fora das competições. Já o Comitê Olímpico Internacional (COI) prestou homenagem, afirmando: "Agnes Keleti é a maior ginasta produzida pela Hungria, mas cuja vida e carreira estão interligadas com a política de seu país e sua religião"
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Nascida em Budapeste, em 1921, Agnes Keleti enfrentou adversidades extremas ao longo de sua vida. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi obrigada a abandonar a equipe nacional de ginástica devido à sua ascendência judaica. Para escapar da perseguição nazista, escondeu-se no interior da Hungria, enquanto seu pai e vários parentes foram assassinados no campo de concentração de Auschwitz.
Apesar do cenário traumático, Keleti retornou ao esporte e brilhou nos Jogos Olímpicos. Seu primeiro ouro veio nas Olimpíadas de Helsinque, em 1952, aos 31 anos, acompanhada de uma prata e dois bronzes. Mas foi em Melbourne 1956 que alcançou seu auge: conquistou quatro medalhas de ouro, tornando-se a ginasta mais velha a vencer uma prova olímpica, aos 35 anos.
Com um total de 10 medalhas olímpicas ao longo de sua carreira, Agnes Keleti deixou um legado de perseverança e excelência no esporte. Após os Jogos de Melbourne, mudou-se para Israel, onde se casou com um professor de educação física, teve dois filhos e contribuiu como treinadora da seleção israelense de ginástica.
Keleti também trabalhou como professora de educação física, inspirando gerações com sua história de superação e dedicação ao esporte.
O Comitê Olímpico Internacional ressaltou sua importância histórica: “Agnes Keleti não apenas foi uma atleta excepcional, mas também uma sobrevivente e símbolo de força em tempos de adversidade".
Fonte: Lance