Laudo que afastou Ednaldo Rodrigues da seleção aponta défcit cognitivo
A justiça do Rio aponta indícios de falsificação em acordo que manteve dirigente no cargo
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou nesta quinta-feira (15) o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão foi proferida pelo desembargador Gabriel De Oliveira Zefiro, da 19ª Câmara Cível, que acolheu pedido apresentado por Fernando Sarney, vice-presidente da entidade.

De acordo com o TJ-RJ, há "robustos indícios" de que o acordo judicial firmado em janeiro deste ano, que garantiu a permanência de Ednaldo no comando da CBF, tenha sido realizado de maneira irregular. A decisão judicial aponta para possíveis falsificações envolvendo a assinatura do dirigente Antônio Carlos Nunes, conhecido como Coronel Nunes, então signatário do documento.
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Conforme laudo médico assinado pelo doutor Jorge Roberto Pagura, médico da própria CBF, Coronel Nunes apresenta diagnóstico de déficit cognitivo, hidrocefalia, tonturas e ataxia — condição que compromete a coordenação motora, afetando marcha, fala, movimentos oculares e outras funções básicas. Além disso, uma perícia grafotécnica reforçou a suspeita de que o dirigente não tinha plenas condições cognitivas de firmar o acordo.

A decisão judicial também considerou a fragilidade política de Ednaldo Rodrigues, que perdeu o apoio de 19 das 27 federações estaduais que haviam apoiado sua eleição no início do ano. Diante do contexto, o TJ-RJ anulou o acordo e determinou seu afastamento imediato da presidência da CBF.
Veja como o laudo é interpretado para a decisão
Os indícios apontados como fundamentais para a destituição de Ednaldo foram:
- diagnóstico de neoplasia cerebral maligna (tumor no cérebro) e cardiopatia grave, a qual acometem o Sr. Antônio Carlos Nunes de Lima desde 2018, autodeclarado em ação judicial de isenção de imposto de renda c/c repetição de indébito, em face do Estado do Pará e IGEPREV/PA;
- laudo médico de 19 de junho de 2023, firmado simplesmente pelo chefe do departamento médico da CBF, dr. Jorge Pagura, que atesta “déficit cognitivo” do signatário já em 2023; procuração pública datada de 20 de junho de 2023, um dia depois do referido laudo, na qual o Sr. Antônio Carlos Nunes de Lima confere amplos poderes para terceiro gerenciar suas todas suas finanças junto ao banco e;
- parecer grafotécnico de 2025, cuja conclusão aponta que a assinatura firmada no referido acordo diverge do punho periciado do Sr. Antônio Carlos Nunes de Lima
Fonte: CNN Brasil