Nordeste pode sofrer desertificação devido ao aumento de 3ºC nas temperaturas
Relatório sobre aquecimento global destaca desafios para saúde e agricultura no Brasil
O Nordeste brasileiro, que abriga cerca de 55 milhões de pessoas, está entre as regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas, segundo o relatório “Mudança do Clima no Brasil”. O estudo, que foi divulgado nesta quarta-feira (6), aponta que o território nordestino pode ter até 94% de sua área transformada em deserto devido ao aumento da temperatura e à intensificação de eventos climáticos extremos, como secas e ondas de calor. O aquecimento na região tem sido até 3ºC superior à média global, o que agrava ainda mais os problemas de seca e escassez hídrica.
O relatório destaca que o aumento da temperatura global pode causar graves impactos para a saúde humana e a agricultura, com projeções alarmantes para 2050. No cenário em que o aumento da temperatura global chegue a 2ºC, a população nordestina pode enfrentar um aumento significativo em problemas como doenças transmitidas por vetores, como dengue e malária, além de quedas nas safras e perda de recursos hídricos. A seca severa já afeta o semiárido, mas os próximos anos podem trazer consequências ainda mais drásticas para as cidades e o campo.
Além disso, a diminuição da vegetação e a perda de cobertura florestal, principalmente na Amazônia, terá reflexos na distribuição de chuvas e no ciclo hidrológico do país, afetando diretamente a agricultura e a segurança alimentar. A diminuição de 77% nos estoques pesqueiros e a redução da produção agrícola podem provocar a perda de milhares de empregos e afetar a economia da região. A escassez de água nas grandes cidades nordestinas também está entre os cenários mais preocupantes apontados pelos cientistas.
Diante deste quadro, o relatório sugere a adoção urgente de políticas públicas para limitar o aumento da temperatura global e mitigar os impactos das mudanças climáticas. A implementação de sistemas agrícolas sustentáveis, a preservação dos biomas e o uso de tecnologias limpas são fundamentais para garantir a resiliência da região. A gestão dos recursos hídricos e o investimento em soluções baseadas na natureza, como o aumento de áreas verdes nas cidades, também são essenciais para a adaptação as mudanças climáticas.
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Fonte: Agência Brasil