MPF sugere suspensão dos resultados do CNU por irregularidades nas cotas raciais

Procuradoria aponta falhas na banca examinadora e cobra correções antes da divulgação final

Por Viviane Setragni,

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal (MPF), recomendou a suspensão da divulgação dos resultados finais do Concurso Nacional Unificado (CNU) até que sejam resolvidas irregularidades no sistema de cotas raciais. 

Foto: José Cruz/Agência BrasilMinistério Público Federal - MPF

A investigação do MPF identificou falhas na atuação da banca examinadora, especialmente no cumprimento das regras de autodeclaração racial e nos procedimentos de heteroidentificação, etapa em que as comissões avaliam se os candidatos cotistas atendem aos critérios estabelecidos para ingresso por essa modalidade. Segundo o órgão, há indícios de que candidatos que não se enquadrariam no perfil exigido foram indevidamente aprovados como beneficiários das cotas, enquanto outros, que deveriam ter sido contemplados, foram prejudicados.

O MPF afirma que a recomendação tem como objetivo garantir transparência e equidade no processo seletivo, evitando que candidatos sejam injustiçados e que o sistema de cotas seja aplicado de maneira indevida. O órgão defende que a correção dessas inconsistências deve ocorrer antes da divulgação final do certame, para evitar futuros questionamentos judiciais.

A Procuradoria solicitou esclarecimentos e providências urgentes aos responsáveis pela organização do concurso, e aguarda uma resposta sobre quais medidas serão adotadas para corrigir as falhas apontadas. Caso as recomendações não sejam acatadas, o MPF pode adotar medidas legais para garantir a integridade do processo seletivo.
 

Fonte: MPF

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