Aumento dos juros preocupa 69% dos brasileiros com o custo de vida, diz pesquisa
Segundo a pesquisa da Ipsos, 32% dos entrevistados no Brasil relatam estar enfrentando dificuldades financeiras
Uma pesquisa semestral "Monitor do Custo de Vida", realizada pela Ipsos e envolvendo 32 países e quase 25 mil entrevistados, revelou que 69% dos brasileiros estão preocupados com a piora do custo de vida devido aos juros altos. Atualmente, a taxa Selic está em 10,5%, após uma redução de 0,25 ponto percentual em maio deste ano, indicando uma desaceleração no ritmo de ajuste da política monetária.
Conforme o Boletim Focus publicado na última segunda-feira (17), a taxa deve permanecer nesse nível até o final de 2024. Este cenário reflete a estratégia do Banco Central para controlar a inflação, que registrou uma alta de 0,46% em maio, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Comparação internacional
Apesar da significativa preocupação no Brasil, o país não lidera o ranking global. A Coreia do Sul ocupa o primeiro lugar, com 81% dos entrevistados preocupados com o impacto dos juros no custo de vida, seguida pela África do Sul (80%) e Turquia (78%). Essa preocupação no Brasil diminuiu em comparação a novembro de 2022, quando 83% dos brasileiros expressavam apreensão com os juros altos, colocando o país na segunda posição entre os mais preocupados naquela época.
Cenário econômico e custo de vida
O aumento do custo de vida é uma preocupação central para muitos brasileiros. Segundo a pesquisa da Ipsos, 32% dos entrevistados no Brasil relatam estar enfrentando dificuldades financeiras. Comparativamente, a situação na Argentina é mais grave, com 57% dos entrevistados indicando alguma forma de adversidade econômica.
Além disso, a percepção negativa sobre o emprego no Brasil tem aumentado. Pouco menos da metade dos brasileiros acredita que o desemprego aumentará, em comparação com 35% que tinham essa opinião em 2022. No entanto, abril trouxe um alívio com a abertura de 240.033 vagas de emprego formal, o melhor resultado para o mês desde o início da nova metodologia do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em 2020.
Expectativas para o futuro
A inflação continua sendo uma preocupação significativa. Cerca de 53% dos brasileiros acreditam que os preços dos produtos e serviços subirão nos próximos meses. Em contraste, na Argentina, apenas 45% dos entrevistados compartilham dessa expectativa, refletindo um otimismo moderado após a inflação mensal no país cair para 4,2% em maio, conforme dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC).
Carga tributária
A percepção sobre os impostos também preocupa os brasileiros. A pesquisa indica que 54% acreditam que os impostos aumentarão no próximo semestre, uma percepção ligeiramente acima da média global de 53%. No entanto, essa preocupação é menos intensa que na Turquia e Argentina, onde 70% dos entrevistados esperam um aumento na carga tributária.
O Brasil está atualmente em processo de regulamentação de uma reforma tributária sobre o consumo, que, segundo o governo federal, pode aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) em até 10% ao longo de 13 anos.
Fonte: CNN Brasil