Brasil reduz pobreza ao menor nível da história, aponta IBGE
Relatório mostra impacto de políticas sociais e geração de empregos na melhoria social
O Brasil alcançou o menor nível de pobreza de sua história recente, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no relatório Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024. Em 2023, a proporção de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza caiu para 27,4%, ante 31,6% no ano anterior. Isso representa uma saída de 8,7 milhões de pessoas dessa condição em um ano. No total, 59 milhões de brasileiros viviam com menos de R$ 665 mensais em 2023, parâmetro utilizado pelo Banco Mundial para medir a pobreza.
A extrema pobreza também apresentou redução expressiva, atingindo 4,4% da população, o menor índice registrado desde 2012. Essa queda, que representa 3,1 milhões de pessoas deixando a extrema pobreza, foi atribuída, em grande parte, aos programas sociais do governo. Sem essas iniciativas, o índice teria saltado para 11,2%, destacou o IBGE. Em áreas rurais, mais da metade da população vive em domicílios que recebem benefícios sociais, evidenciando a relevância dessas políticas no combate à desigualdade regional.
O impacto positivo foi reforçado pelo Índice de Gini, que permaneceu estável em 0,518, indicando que, embora ainda elevada, a desigualdade de renda no Brasil não aumentou. Especialistas como André Simões, pesquisador envolvido no estudo, destacaram que a pobreza entre trabalhadores é menos severa do que entre desempregados, mas alertaram para a vulnerabilidade de segmentos específicos do mercado de trabalho. Além disso, o mercado de trabalho mais aquecido e políticas públicas direcionadas às faixas de renda mais baixas foram cruciais para a melhoria social observada.
Para o economista César Bergo, da Universidade de Brasília, os dados do IBGE trazem esperança, mas reforçam a necessidade de continuidade e expansão das políticas públicas. Ele destacou a importância de ações voltadas para a elevação do rendimento médio e a redução do desemprego. "Esse dado é corroborado tanto pelas políticas sociais quanto pelo mercado de trabalho mais aquecido. Então, nós entendemos que para um país se desenvolver é fundamental que tenha, por um lado, políticas ativas de combate à extrema pobreza e, também, investimento em saúde, educação, saneamento, mas, por outro lado, temos que ter uma economia aquecida", concluiu.
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Fonte: Correio Braziliense