Serasa aponta que empresas brasileiras acumulam R$ 156 bi em dívidas em outubro
Os dados revelam 7 milhões de negócios inadimplentes; juros altos agravam cenário
Outubro de 2024 trouxe um marco preocupante para as empresas brasileiras: o Indicador de Inadimplência das Empresas, divulgado pela Serasa Experian, registrou o maior valor da série histórica, com 7 milhões de negócios inadimplentes. O total das dívidas chegou a R$ 156,1 bilhões, revelando o impacto da alta das taxas de juros e da dificuldade de acesso ao crédito no setor empresarial.
O aumento no número de empresas inadimplentes foi significativo, saltando em quase 500 mil negócios na comparação com outubro do ano passado. O valor das dívidas subiu R$ 30,3 bilhões no mesmo período. Desse total, micro e pequenas empresas foram as mais afetadas, representando 6,5 milhões de CNPJs negativados e acumulando 86% do montante total, equivalente a R$ 134,1 bilhões.
De acordo com o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, a alta das taxas de juros é um dos principais fatores que explicam o aumento da inadimplência. “Esse aumento na inadimplência pode ser atribuído, em grande parte, à alta das taxas de juros. Quando os juros sobem, o custo do crédito para as empresas também aumenta, tornando mais caro e difícil para elas obterem financiamento. Isso afeta diretamente a capacidade das companhias de gerenciar seu fluxo de caixa e cumprir suas obrigações financeiras”, explica.
Além disso, Rabi destaca que os juros elevados impactam o consumo e as receitas das empresas. “Além disso, a elevação dos juros pode reduzir a demanda por produtos e serviços, uma vez que consumidores e outras empresas também enfrentam custos de crédito mais altos, resultando em menor receita para as empresas. Esse cenário cria um ciclo vicioso, onde a dificuldade de acesso a crédito e a redução de receitas levam a um aumento na inadimplência, impactando negativamente a saúde financeira das companhias”.
Entre os setores, o de “Serviços” liderou as inadimplências em outubro, com 56,2% dos casos. Em seguida, vieram o “Comércio” (35,4%) e as “Indústrias” (7,3%). Os segmentos “Primário” e “Outros” completaram a lista, com 0,8% e 0,3%, respectivamente.
No recorte por estado, o Maranhão foi o mais afetado, com 43% das empresas registrando dívidas. Alagoas (42,3%) e Amapá (40,8%) também apresentaram índices elevados de inadimplência.
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Fonte: Correio Braziliense