Novo salário mínimo de R$ 1.518 entra em vigor hoje com reajuste de 7,5%

Medida impacta 54 milhões de brasileiros e reflete inflação e crescimento econômico

Por Dominic Ferreira,

O novo salário mínimo de R$ 1.518 passa a vigorar, nesta quarta-feira (1º), em todo o país. O reajuste de 7,5%, em relação aos R$ 1.412 de 2024, foi oficializado por decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicado no Diário Oficial da União (DOU) ontem. O impacto financeiro para os trabalhadores será sentido a partir de fevereiro, quando o novo piso será pago.  

Foto: Reprodução/Claudio Kbene / PRPresidente Lula acompanhado do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho durante assinatura do decreto que reajusta valor do salário mínimo.
Presidente Lula acompanhado do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho durante assinatura do decreto que reajusta valor do salário mínimo.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo é referência para 54 milhões de brasileiros, incluindo trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais.  
O aumento considera a inflação acumulada de 2024, que ficou em torno de 5%, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Embora represente um ganho real para os trabalhadores, especialistas apontam que o valor ainda está aquém do ideal para atender às necessidades básicas da população.  
"Ainda existe um ganho real para o trabalhador, pois a inflação de 2024 ficou próxima a 5% e o mínimo vai ter aumento de 7,5%", afirma Bergo. "Mas não é um aumento satisfatório. Temos que o salário mínimo deveria ser mais de R$ 5 mil para que pudesse satisfazer todas as necessidades do trabalhador", afirmou César Bergo, economista e professor da Universidade de Brasília (UnB). Apesar disso, ele ressalta os benefícios do reajuste: "Aumentando a renda do trabalhador, vai gerar mais consumo, mais qualidade de vida e a economia ganha com isso"
O presidente sancionou, na última sexta-feira (27), um projeto que limita o aumento real do salário mínimo a 2,5% acima da inflação entre 2025 e 2030. Essa medida visa adequar o crescimento do piso salarial ao novo arcabouço fiscal. Segundo o Ministério da Fazenda, o teto pode gerar uma economia de R$ 15,3 bilhões nos próximos dois anos, especialmente em benefícios previdenciários, que têm impacto direto no orçamento.  
Newton Marques, economista e membro do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), destacou que o reajuste do salário mínimo afeta também aposentadorias, auxílios e custos salariais das empresas, especialmente as de pequeno porte. Contudo, ele aponta que o governo tem utilizado políticas públicas para redistribuir renda e minimizar desigualdades.  
Além do decreto sobre o salário mínimo, Lula sancionou ontem a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, com vetos a dispositivos relacionados ao bloqueio de emendas parlamentares e ao Fundo Partidário. A lei define as metas fiscais para os próximos anos, incluindo um **déficit primário zero para 2025.  
Os vetos foram justificados pelo governo como necessários para manter a compatibilidade com o novo arcabouço fiscal e evitar onerar excessivamente a administração pública.  
Com o novo piso salarial e as diretrizes orçamentárias aprovadas, o governo busca equilibrar responsabilidade fiscal com melhoria nas condições de vida dos trabalhadores. Contudo, especialistas alertam para os desafios de conciliar as demandas da população com as restrições econômicas impostas.  

Fonte: Correio Braziliense

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