Confiança do consumidor cai e atinge menor nível desde fevereiro de 2023

Índice recua 5,1 pontos em janeiro, impactado por incertezas econômicas e piora nas expectativas

Por Viviane Setragni,


O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), registrou uma queda expressiva de 5,1 pontos em janeiro de 2025, atingindo 86,2 pontos. Esse é o menor patamar desde fevereiro de 2023, quando o índice marcou 85,7 pontos.

Foto: Reprodução | Tânia Rêgo | Agência Brasil | ArquivoCapa

O recuo foi impulsionado principalmente pela piora na percepção dos consumidores em relação ao futuro da economia e da renda familiar. A queda no índice ocorre em um momento de incertezas sobre o cenário econômico nacional, com preocupações relacionadas à inflação, ao mercado de trabalho e à política monetária do Banco Central.

De acordo com os dados da FGV, o Índice de Expectativas (IE), que mede a confiança em relação ao futuro, teve um recuo de 7,1 pontos, atingindo 93,5 pontos. Já o Índice da Situação Atual (ISA), que reflete a percepção dos consumidores sobre o presente, caiu 2,1 pontos, ficando em 76,5 pontos.

“O resultado de janeiro reflete uma combinação de fatores, como o impacto da inflação sobre o poder de compra das famílias e incertezas sobre a evolução do emprego e da renda nos próximos meses. A percepção negativa pode levar a um comportamento mais cauteloso por parte dos consumidores, reduzindo o consumo e impactando o crescimento econômico”, explicou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens da FGV IBRE.

Na análise por faixa de renda, o estudo mostra que a piora na confiança foi mais intensa entre as famílias de menor poder aquisitivo, que sentem com mais intensidade os efeitos do aumento dos preços e da política de juros elevados.

Em termos de médias móveis trimestrais, o ICC também apresentou retração, caindo 2,2 pontos e situando-se em 90,6 pontos. Esse movimento indica uma tendência de pessimismo mais persistente entre os consumidores, o que pode influenciar decisões de consumo e investimento ao longo dos próximos meses.

Fonte: FGV

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