Carne, café e azeite seguem pressionados e preços altos devem persistir

Inflação dos alimentos preocupa famílias e governo; veja as perspectivas para 2025

Por Dominic Ferreira,

Os "vilões da inflação", como carne, café, azeite, laranja e óleo de soja, continuam sendo uma preocupação tanto para os consumidores quanto para o governo. Segundo dados divulgados pelo IBGE, a inflação em janeiro foi de 0,16%, acumulando 4,56% em 12 meses, mas os alimentos e bebidas subiram mais acentuadamente, registrando alta de 0,96% no mês.

Foto: Reprodução | Kamran Aydinov | FreepikAbate excessivo de fêmeas no ano passado comprometeu a criação de bezerros e abastecimento de carne.
Abate excessivo de fêmeas no ano passado comprometeu a criação de bezerros e abastecimento de carne.

Entre os destaques, a carne e o café mantêm uma tendência de aumento, enquanto o óleo de soja apresenta sinais de alívio. O preço da carne já acumulou alta de 21,17% em 12 meses, resultado de fatores como o aumento das exportações, impulsionado pela desvalorização do real, e o ciclo pecuário, que reduziu o rebanho de matrizes.

Foto: Reprodução | Racool_studio | FreepikEconomista aponta 2025 como ano de oferta fraca de café devido ao ciclo bianual.
Economista aponta 2025 como ano de oferta fraca de café devido ao ciclo bianual.

Segundo André Braz, economista da FGV, os preços devem continuar subindo em 2025, já que a recomposição do rebanho leva tempo. Já o café moído, que teve uma alta expressiva de 50,35% no último ano, segue pressionado pela baixa produtividade causada por eventos climáticos em 2024. Como 2025 é considerado um ano de menor oferta natural para o café, espera-se que os preços continuem elevados.

Foto: Reprodução | Dragana_Gordic | FreepikSafra 2024/25 de laranja deve ser 27% menor que a anterior, impactando o mercado.
Safra 2024/25 de laranja deve ser 27% menor que a anterior, impactando o mercado.

A situação da laranja também é preocupante, com a laranja lima acumulando alta de 59,56% em 12 meses. A seca e as altas temperaturas reduziram a produção em São Paulo e no Triângulo Mineiro, principais regiões produtoras. A safra 2024/25 deve encolher 27,4% em relação à anterior, conforme o Fundecitrus, o que deve manter os preços elevados.

Foto: Reprodução | Mateus Andre | FreepikÓleo de soja não deve atingir preços de dois anos atrás, segundo economista da FGV.
Óleo de soja não deve atingir preços de dois anos atrás, segundo economista da FGV.

Por outro lado, o óleo de soja, que subiu 24,55% no último ano, pode ter um respiro em 2025, graças à expectativa de uma safra recorde do grão. Em janeiro, o produto já registrou uma leve queda de 0,87%, e a tendência é de desaceleração dos preços ao longo do ano.

Foto: Reprodução | Rosa Lerosa | FreepikAumento da oferta de azeite na Espanha não alivia pressões de preços no Brasil.
Aumento da oferta de azeite na Espanha não alivia pressões de preços no Brasil.

O azeite, um produto mais consumido por famílias de maior renda, acumulou alta de 17,24% em 12 meses, reflexo de secas nos principais países produtores, como Espanha, Portugal e Grécia. Apesar de uma safra melhor projetada para a Espanha, o Brasil, que importa 99% do azeite que consome, ainda enfrenta o impacto do câmbio desvalorizado.

O cenário climático e cambial continuará influenciando o mercado. Enquanto isso, as famílias brasileiras seguem cautelosas, ajustando o orçamento diante da alta persistente desses itens essenciais.

Fonte: Com informações BBC News, Correio Braziliense e IBGE

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