Trabalho autônomo exige mais horas e rende menos, aponta pesquisa do IBGE
Autônomos trabalham 45 horas semanais, mas têm rendimento médio abaixo da média nacional
Os trabalhadores por conta própria dedicam mais tempo ao trabalho do que empregados e empregadores, mas recebem rendimentos menores, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (14).

No quarto trimestre de 2024, enquanto a média semanal de trabalho no Brasil foi de 39,1 horas, os autônomos registraram 45,3 horas por semana. Apesar disso, o rendimento médio mensal desse grupo ficou em R$ 2.682, abaixo da média nacional de R$ 3.215 e do salário dos empregados, que foi de R$ 3.105.
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A pesquisa também detalhou a carga horária de outros trabalhadores. Os empregados, a segunda categoria com mais horas dedicadas ao trabalho, registraram uma média de 39,6 horas semanais, enquanto os empregadores trabalharam 37,5 horas. Já os trabalhadores familiares auxiliares, que ajudam em atividades econômicas de parentes sem remuneração, dedicaram 28 horas por semana.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa, essas atividades são geralmente sazonais e esporádicas, diferindo de setores como comércio ou serviços. Entre os estados, os autônomos de São Paulo apresentaram a maior jornada semanal, com 46,9 horas, seguidos pelos do Rio Grande do Sul (46,5) e do Ceará (46,2).
Entre os empregados, São Paulo também lidera, com 40,7 horas semanais. Já entre os empregadores, o maior tempo de dedicação foi registrado em Santa Catarina (40,4 horas) e no Rio Grande do Sul (40,2 horas). A pesquisa revelou ainda que, entre os trabalhadores familiares auxiliares, Santa Catarina se destacou com 41,6 horas semanais, um número 48% superior à média nacional.
A Pnad Contínua também mostrou um cenário positivo para o mercado de trabalho no último trimestre de 2024: o desemprego foi o menor já registrado na série histórica em 14 estados do país. No entanto, a pesquisa revelou desigualdades, com desemprego e informalidade afetando mais pessoas pretas e pardas do que brancas. Apesar da desigualdade, em oito estados e no Distrito Federal, o salário médio dos trabalhadores superou a média nacional, indicando avanços em alguns setores do mercado de trabalho.
Fonte: Agência Brasil