Governo dos Estados Unidos aponta Rua 25 de Março como polo de pirataria
Relatório destaca comércio de produtos falsificados e lojistas contestam a generalização
O Governo dos Estados Unidos divulgou um relatório, elaborado pelo Escritório de Representação Comercial, que cita a região da Rua 25 de Março, em São Paulo, como um dos principais polos de pirataria e falsificação no Brasil. O documento, intitulado "Mercados Notórios por Falsificação e Pirataria", foi publicado em janeiro e dedica um capítulo à área, destacando-a junto a outros locais conhecidos por comercializar produtos falsificados, como a Rua Santa Ifigênia, o bairro do Brás, e as Feiras da Madrugada.

O relatório afirma que existem mais de mil lojas na Rua 25 de Março vendendo mercadorias falsificadas, que incluem eletrônicos, roupas, calçados, óculos e perfumes. Segundo os detentores das marcas originais, a região é considerada um dos maiores mercados atacadistas e varejistas de produtos falsificados no Brasil e na América Latina. A situação se agrava em um contexto em que o Brasil já estava na mira dos EUA devido a produtos falsificados, mesmo antes do recente anúncio de tarifas adicionais sobre as importações brasileiras.
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Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), comentou que relatórios como esse são apresentados anualmente e frequentemente fazem referência ao Sistema Geral de Preferências (SGP), que avalia a concessão de benefícios tarifários com base na proteção à propriedade intelectual. Vismona alerta que o aumento das taxas de importação pode elevar os preços dos produtos legais, o que, por sua vez, favorece o avanço do mercado ilegal. Ele destacou que o Brasil perdeu cerca de R$ 468 bilhões no ano passado devido à ilegalidade, incluindo contrabando e pirataria.
Diante das acusações, a Univinco25, entidade que representa os lojistas da Rua 25 de Março, contestou a generalização do relatório, afirmando que a maioria dos comerciantes da região opera de forma séria e legal. A diretora executiva da Univinco25, Claudia Urias, lamentou que a região, um dos mais tradicionais polos comerciais do Brasil, seja associada à pirataria, ressaltando que a atividade é continuamente fiscalizada em parceria com o poder público. A entidade reconhece que existem casos isolados de produtos irregulares, mas defende que isso não deve manchar a reputação de todos os comerciantes da área.
Fonte: Correio Braziliense