Brasileiros recorrem a atacadistas para enfrentar alta nos preços dos alimentos
Pesquisa revela aumento nas compras em mercados de bairro e feiras para economizar
O aumento dos preços dos alimentos tem se tornado um dos principais desafios para o orçamento das famílias brasileiras, levando muitos a recorrerem a atacadistas na tentativa de driblar a carestia. De acordo com uma pesquisa da Brazil Panels Consultoria, em parceria com a Behavior Insights, 41,8% dos brasileiros passaram a comprar alimentos em redes atacadistas para evitar os preços elevados nos mercados tradicionais.
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O estudo também indica que a inflação tem afetado drasticamente o custo de vida, com 95,1% dos entrevistados relatando um aumento nos preços nos últimos 12 meses. Apenas 3% consideram que os preços permaneceram estáveis, enquanto 1,9% notaram uma redução. Alimentos e bebidas são os principais responsáveis pela pressão inflacionária, refletida no aumento de 1,14% no setor alimentício, que contribuiu para uma alta de 0,43% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo — 15 (IPCA-15) de abril.
A pesquisa também revela mudanças significativas no comportamento do consumidor. Mercados de bairro passaram a ser mais utilizados por 17,4% dos entrevistados, e as feiras de rua tiveram um aumento de 5,4% na procura. Claudio Vasques, CEO da Brazil Panels, destaca que a inflação não apenas impacta o orçamento, mas também força uma reestruturação nas prioridades de consumo, afirmando que "se quase 9 em cada 10 pessoas sentem o peso da inflação no prato de comida, isso diz muito sobre o futuro da segurança alimentar no país".
Além de mudar os locais de compra, muitos consumidores estão reduzindo a quantidade de itens adquiridos. O levantamento indica que 50,5% da população deixou de comprar azeite, enquanto 46,1% cortaram a carne bovina do carrinho. Produtos essenciais, como café, ovos, frutas e verduras, também foram afetados, com porcentagens significativas de redução nas compras.
A longo prazo, 65,9% dos brasileiros acreditam que o custo de vida continuará aumentando, e 61,6% defendem a diminuição dos impostos sobre produtos básicos como uma possível solução para a crise. Vasques alerta que a expectativa de inflação reduz o consumo e aumenta a pressão sobre a população e as empresas.
Fonte: CNN Money