Indústria tem maior crescimento desde junho e rompe sequência de estagnação

Setor avança 1,2% em março, puxado por bens de consumo e produção farmacêutica, diz IBGE

Por Carlos Sousa,

A produção industrial brasileira registrou um crescimento de 1,2% em março de 2025, na comparação com fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado rompe uma sequência de cinco meses de perdas ou estagnação no setor e representa a maior expansão mensal desde junho de 2024, quando o avanço foi de 4,3%.

Foto: Reprodução/CNISetor Industrial Brasileiro

Em termos históricos, é o melhor desempenho da indústria em um mês de março desde 2018, ano em que o crescimento foi de 1,4%. Na comparação com março do ano passado, o avanço foi ainda mais expressivo: alta de 3,1%, marcando o décimo resultado positivo consecutivo nessa base de comparação. No acumulado de 12 meses, o setor registra crescimento de 3,1%.

Com esses números, a produção industrial brasileira está 2,8% acima do nível registrado antes da pandemia, em fevereiro de 2020, mas ainda 14,4% abaixo do pico da série histórica, alcançado em maio de 2011.

Recuperação após perdas no fim de 2024

A retomada em março contrasta com a performance dos meses anteriores:

  • Fevereiro/2025: 0%
  • Janeiro/2025: +0,1%
  • Dezembro/2024: -0,3%
  • Novembro/2024: -0,7%
  • Outubro/2024: -0,1%

Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, o resultado de março representa uma "compensação dos meses anteriores de menor dinamismo", especialmente os últimos três meses de 2024, em que o setor acumulou queda de 1%.

Crescimento disseminado entre setores

A expansão de março foi amplamente distribuída, com 16 das 25 atividades industriais pesquisadas registrando crescimento. Entre os destaques positivos estão:

Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: +13,7%

Veículos automotores, reboques e carrocerias: +4%

Coque, derivados de petróleo e biocombustíveis: +3,4%

Indústrias extrativas: +2,8%

Das quatro grandes categorias econômicas, três apresentaram crescimento:

Bens de consumo duráveis: +3,8%

Bens de consumo semi e não duráveis: +2,4%

Bens intermediários: +0,3%

Bens de capital (máquinas e equipamentos): -0,7%

O índice de difusão, que mede a proporção de produtos com aumento na produção, ficou em 59,7%, reforçando o caráter abrangente da retomada.

Sinais de mudança na tendência

A média móvel trimestral, que suaviza variações mensais para indicar a tendência do setor, apresentou variação positiva de 0,4% em março, interrompendo a trajetória de queda que vinha desde novembro de 2024. Foi o primeiro resultado positivo desse indicador desde outubro do ano passado, segundo o IBGE.

O desempenho indica um possível início de recuperação mais consistente para a indústria nacional, embora o patamar ainda esteja distante do pico histórico. A manutenção dessa trajetória dependerá de fatores como demanda interna, estabilidade econômica e políticas de incentivo à produção.

Fonte: Agência Brasil

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