Lula critica protecionismo dos EUA e promete discutir no Brics em julho no Rio

Presidente se reúne com Putin e planeja visita à China para abordar tarifas e gás

Por Dominic Ferreira, 10/05/2025 13:40 - Atualizado às 16:45

Durante sua visita a Moscou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos, afirmando que o protecionismo econômico “só interessa a quem o pratica”. A declaração foi feita neste sábado (10) a jornalistas, logo antes de retornar ao Brasil após uma reunião com o presidente Vladimir Putin. Lula adiantou que a questão do protecionismo será um dos temas abordados na próxima cúpula do Brics, marcada para julho no Rio de Janeiro.

Foto: Reprodução | CNN Brasil

Presidente Lula

Além da cúpula do Brics, o presidente brasileiro também planeja levar o tema à sua próxima viagem à China, onde se encontrará com o presidente Xi Jinping, líder do maior rival econômico dos EUA. Lula enfatizou a posição do Brasil, afirmando que o país não é “quintal” de ninguém, em referência a uma expressão utilizada por uma autoridade do governo Trump sobre a América Latina. Ele destacou a importância de ser tratado com respeito pelos Estados Unidos.

Durante a reunião no Kremlin, Lula também expressou a intenção de discutir com o governo russo a pesquisa para exploração de minerais críticos no Brasil. Além disso, o governo brasileiro manifestou interesse em comprar mais gás natural da Rússia, especialmente considerando que o país possui estoques devido à interrupção de fornecimento à Europa. A cooperação na construção de pequenos reatores nucleares para energia também foi mencionada como um ponto de interesse nas negociações.

Essas conversas refletem uma estratégia mais ampla do governo brasileiro de diversificar suas relações comerciais e energéticas, buscando alternativas que não dependam exclusivamente do mercado dos Estados Unidos. Ao abordar temas como o protecionismo e a cooperação econômica em fóruns internacionais, Lula busca fortalecer a posição do Brasil no cenário global e garantir um tratamento mais equitativo nas relações comerciais.

Fonte: CNN Money