Pressão cresce contra decreto do IOF enquanto governo busca alternativas fiscais
Setor privado e Congresso se mobilizam contra aumento do Imposto sobre Operações Financeiras
O governo brasileiro enfrenta uma crescente pressão contra o decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com o setor privado e o Congresso Nacional intensificando a resistência às medidas fiscais anunciadas pelo Ministério da Fazenda na semana passada. O ministro Fernando Haddad já cedeu parcialmente ao mercado ao recuar na cobrança do imposto sobre o envio de recursos de fundos de investimento para o exterior, mas agora pode precisar enfrentar novas demandas das empresas.
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Representantes de diversos setores, incluindo indústria, agronegócio, comércio, bancos e seguradoras, uniram-se em um manifesto conjunto solicitando que os parlamentares atuem para reverter o decreto que elevou o IOF. Eles argumentam que as novas medidas acarretam um aumento de custos para o setor privado, o que pode impactar negativamente a economia em um momento já desafiador devido aos altos juros.
Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, criticou a nova cobrança, chamando-a de "absurda e insensata". Ele destacou que a medida agrava a situação das empresas, que já enfrentam dificuldades devido aos juros elevados, penalizando ainda mais as cadeias de produção. O objetivo do governo era arrecadar R$ 20,5 bilhões com o aumento do IOF neste ano e R$ 41 bilhões no próximo, mas a redução na cobrança sobre investimentos no exterior diminuiu essa expectativa em pelo menos R$ 2 bilhões.
Diante desse cenário, a equipe econômica tem até o final da semana para decidir se realizará um novo corte no orçamento ou buscará novas receitas para compensar a diferença. Se o decreto do IOF for totalmente revogado, o governo terá que cortar R$ 51,8 bilhões do orçamento deste ano, em vez dos R$ 31 bilhões já anunciados. O governo espera que o Congresso não aprove um decreto legislativo para derrubar o IOF, argumentando que cortes maiores no Orçamento poderiam resultar em um bloqueio proporcional de emendas parlamentares. Em busca de uma solução que atenda às demandas do setor privado sem comprometer as metas fiscais, Haddad deve se reunir com banqueiros em breve.
Fonte: CNN Money