Brasil enfrenta cenário insustentável de dívida, afirma especialista

Solange Srour destaca a urgência de reformas estruturais nas contas públicas

Por Dominic Ferreira,

O Brasil está diante de um cenário econômico preocupante, marcado por uma trajetória insustentável de dívida que exige reformas urgentes, segundo Solange Srour, diretora de macroeconomia do UBS no Brasil. Em entrevista ao CNN Money, Srour enfatizou a importância das próximas eleições para moldar o futuro econômico do país e alertou sobre os riscos associados à inação diante da situação fiscal atual.

 
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De acordo com a economista, há um consenso tanto no mercado quanto na sociedade sobre a necessidade de reformas essenciais no próximo mandato presidencial. "Estamos numa trajetória insustentável de dívida, reconhecida até pelo próprio governo", afirmou Srour, ressaltando que, se não forem implementadas mudanças até 2027, o Brasil poderá enfrentar uma paralisação da máquina pública ou uma deterioração severa da dívida. Ela também comparou a situação atual à crise econômica de 2014-2016, advertindo que a falta de reformas poderia levar o país a uma recessão profunda.

Srour apresentou três prioridades econômicas que devem ser discutidas na campanha eleitoral: a mudança na regra do salário mínimo, possivelmente desvinculando-o do PIB; a desvinculação do piso da educação e saúde da arrecadação; e as reformas previdenciária e administrativa. Essas mudanças são vistas como fundamentais para garantir a sustentabilidade fiscal e evitar uma desaceleração econômica acentuada.

Sobre os investimentos estrangeiros no Brasil, Srour esclareceu que o fluxo recente não é ainda uma aposta nas reformas, mas sim uma diversificação de portfólios em relação aos ativos americanos. "O que tem trazido o gringo para o Brasil é a diversificação dos portfólios que estavam muito concentrados nos Estados Unidos", explicou. A economista concluiu que um eventual cenário de reformas estruturais poderia atrair um novo fluxo de investimentos, mas isso é mais provável de ocorrer próximo às eleições de 2026.

Fonte: CNN Money

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