CPI apura déficit de R$ 4 bi em Teresina e secretário detalha auditoria e dívida
Edgar Carneiro aponta redução parcial de restos a pagar e auditoria em cerca de 3 mil contratos
Na primeira oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o déficit de R$ 4 bilhões da Prefeitura de Teresina, a Câmara Municipal ouviu, nesta semana, o atual secretário de Finanças, Edgar Carneiro. O gestor informou que a administração conseguiu reduzir as dívidas de restos a pagar em R$ 125 milhões, permanecendo um saldo de aproximadamente R$ 350 milhões referentes a valores de contratos.

Durante o depoimento, o secretário destacou que a dívida consolidada ainda está sendo apurada por meio de uma auditoria interna que avalia cerca de 3 mil contratos. Somente após a conclusão desse levantamento será possível divulgar com exatidão se a dívida total é maior ou menor do que os valores atualmente estimados.
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“Tem muita despesa sem cobertura contratual, despesa via verba indenizatória. Essa documentação está sendo feita parcialmente, e a gente tem que consolidar todos esses dados para encaminhar à Câmara e aos órgãos competentes”, explicou Edgar Carneiro.
O secretário também ressaltou que um dos principais desafios enfrentados pela Prefeitura está relacionado aos empréstimos contratados em gestões anteriores, que possuem indexadores considerados agressivos. Segundo ele, isso tem impacto direto sobre as contas municipais e compromete a capacidade de gestão, embora esforços estejam sendo feitos para reduzir as despesas.
“Essas dívidas foram contratadas com um indexador muito agressivo, isso compromete a nossa gestão, mas, na medida do possível, a gente tem feito esforço para reduzir as despesas”, pontuou.
O vereador Dudu (PT) avaliou que a participação do secretário foi esclarecedora, pois permitiu aos parlamentares confrontar os dados recebidos anteriormente. Segundo ele, até o momento, não há auditoria conclusa que aponte possíveis desvios.
“O que é dívida do município a gente entende como despesa corrente. Agora, o que poderia ser desvio ou rombo, o próprio secretário declarou que não existe auditoria conclusa nesse sentido”, comentou.
Dudu também criticou o prefeito Silvio Mendes por, segundo ele, divulgar valores antes da conclusão da auditoria e não agilizar o processo para evitar possíveis pagamentos irregulares.
“O que consta, dito pelo secretário, é que está tudo dentro da regularidade. Os pagamentos estão sendo feitos, e o que está sendo questionado aqui são questões envolvendo terceirizados de gestões anteriores”, completou.
O próximo a depor na CPI será o ex-secretário Municipal de Finanças, Danilo Bezerra, que atuou na gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa. O trabalho da comissão segue com o objetivo de esclarecer a origem e o real tamanho do déficit que afeta as contas públicas de Teresina.
Fonte: PMT