Em reunião, Lula cobra reitores e questiona duração da greve na educação
O presidente afirma que greve não deveria se prolongar e anuncia investimento de R$ 5,5 bilhões
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que "não há muita razão" para a greve na educação estar "durando o tempo que está durando". As declarações foram feitas durante uma reunião com reitores das universidades federais, onde o governo anunciou investimentos de R$ 5,5 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no setor.

Lula destacou que a greve, que já dura quase 60 dias, prejudica o Brasil e os estudantes, e cobrou ações dos dirigentes sindicais:
" Eu acho que nesse caso da educação, se vocês analisarem no conjunto da obra, vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando. Porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor, quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros."
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Lula também mencionou a necessidade de coragem dos dirigentes sindicais para tomar decisões e encerrar a greve:
" A greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar. A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição. Então dirigente sindical ele tem que ter coragem de propor e tem que ter coragem de negociar."
Os docentes em greve exigem recomposição salarial já em 2024, o que o governo federal diz não ser possível. Lula enfatizou que a continuidade da greve não se justifica por diferenças salariais de 2% a 4%.
Durante a reunião, a reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Márcia Abrahão, apontou a defasagem na remuneração dos docentes em comparação com outras categorias:
" Esperamos que essa semana o governo e sindicatos cheguem a uma solução negociada pacificando a situação."
O ministro da Educação, Camilo Santana, reiterou a disposição do governo para o diálogo e as negociações, mas afirmou que a greve é o "limite onde não há mais negociação".
"Acredito que greve é o limite onde não há mais condições de negociação [...] Esse foi um governo que reabriu todas as mesas de negociação com todas as categorias de servidores públicos do país."
Durante seu discurso, Lula cobrou do ministro da Educação a entrega dos dez Institutos Federais anunciados por sua gestão e pediu a ajuda dos reitores para viabilizar os projetos, sugerindo que buscassem informações junto aos prefeitos para encontrar terrenos ou prédios disponíveis.
Confira a fala do presidente:
"Eu cobro toda semana do Camilo: pelo amor de Deus, nós temos que começar a construir os institutos que nós anunciamos. Se não tem terreno, vamos comprar o terreno. Os reitores podem ir nos prefeitos e saber se tem prédio na cidade que a gente pode colocar um instituto."
Lula finalizou afirmando que novos pacotes de anúncios só serão feitos após a entrega das unidades já anunciadas:
"(Peço) que o dinheiro seja aplicado rapidamente para que a gente possa fazer um pacote de mais dez, depois um pacote de mais dez, se não acaba esse e não tem novo pacote, até acabar esses. Então, está na mão de vocês a bola, liderado pelo ministro da Educação."
Fonte: O GLOBO