Piauí avança na educação indígena com valorização e inclusão social

Políticas públicas promovem ensino trilíngue, valorização cultural e protagonismo indígena

Por Dominic Ferreira,

O Brasil comemora o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, nesta sexta-feira (7), instituído pela Lei nº 11.696/2008, que homenageia a resistência e a memória das comunidades indígenas frente à colonização. No Piauí, as políticas públicas têm se destacado ao transformar a educação escolar indígena, respeitando as especificidades culturais e promovendo a inclusão social.

Foto: Reprodução | Governo do Piauíeducação escolar indígena
Iniciativas da Seduc evidenciam a importância da educação inclusiva para a preservação da cultura indígena.

A Secretaria de Educação do Piauí (Seduc), por meio da Diretoria de Educação Escolar Indígena e Quilombola, lidera iniciativas voltadas à educação básica, formação de profissionais e preservação das tradições dos povos originários do estado.

Foto: Reprodução | Governo do Piauíeducação escolar indígena
Iniciativa educacional promove aprendizado em Português, Espanhol e Warao.

“Por meio de ações inovadoras da Seduc, conseguimos promover acesso à educação de qualidade, preservando, ao mesmo tempo, a memória e as tradições dos povos indígenas do estado”, destacou o secretário da Educação, Washington Bandeira.

Foto: Reprodução | Governo do Piauíeducação escolar indígena
Hayra Guajajara, de 18 anos, estudante de Direito da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Um marco importante foi a criação do Centro de Ensino de Tempo Integral (Ceti) Oka Ka Inaminanoko, no bairro Planalto Bela Vista, em Teresina. A escola atende 120 estudantes indígenas, principalmente das etnias Warao e Guajajara, e foi projetada para preservar memórias históricas e estimular o protagonismo dos jovens indígenas. Com um currículo específico, o Ceti inclui disciplinas que promovem a valorização cultural, além de oferecer uma alimentação adaptada às necessidades das comunidades.

A diretora da unidade, Aline Heira, ressaltou o impacto positivo da iniciativa: “O Governo do Estado tem ofertado uma escola de qualidade para nós indígenas, das etnias Warao e Guajajara, com currículo específico, incluindo alimentação voltada às nossas necessidades. Temos uma escola pensada para nós e por nós, com incentivo ao ensino técnico e ao empreendedorismo”.

Entre os resultados, destaca-se a aprovação da estudante Hayra Guajajara, de 18 anos, no curso de Direito da Universidade Federal do Piauí (UFPI), evidenciando o potencial transformador dessa política educacional.

Outra ação  da Seduc é o projeto “EJA Warao”, voltado à alfabetização de 80 indígenas em Teresina. O programa oferece aulas em três idiomas: Português, Espanhol e Warao, língua nativa de uma etnia originária da Venezuela. O estudante Yovini Eulálio Torres Blanco, participante do projeto, destacou a relevância da iniciativa: ““Na escola, conseguimos aprender uma nova língua e valorizar nossa cultura e tradições”.

Atualmente, a Rede Estadual de Educação do Piauí atende 503 estudantes indígenas, representando povos como Guajajara, Kariri, Tabajara e Warao, entre outros.

A Seduc também liderou a elaboração da Resolução Normativa 004/2023, do Conselho Estadual de Educação, que regulamenta a educação escolar indígena no estado. Essa normativa assegura o direito à educação com respeito às especificidades culturais e linguísticas das comunidades indígenas. Além disso, o estado promove ações culturais e educativas como: Exposições Originárias da Terra; O evento Roda Cunhã Poranga, que fortalece o protagonismo das mulheres indígenas; O Seminário Estadual de Educação Escolar Indígena, que discute avanços e desafios no ensino para povos originários.

Essas ações reforçam o compromisso do estado em aliar educação de qualidade à valorização das culturas indígenas, promovendo inclusão social e respeito às tradições. O Piauí tem se destacado como um modelo de referência nacional na educação escolar indígena. Ao priorizar o respeito às identidades culturais, incentivar o protagonismo feminino e valorizar as línguas originárias, o estado promove uma transformação que vai além do ensino tradicional, ajudando a preservar as histórias e memórias dessas comunidades.

A criação de políticas públicas dessa magnitude não só amplia o acesso à educação de qualidade, mas também fortalece a autonomia dos povos indígenas, garantindo que as novas gerações mantenham vivas suas culturas e tradições. 

Fonte: Governo do Piauí

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