Analfabetismo funcional no Brasil: Realidade e desafios
Analfabetismo funcional atinge 3 em cada 10 no Brasil, revela pesquisa.
O Brasil enfrenta um desafio persistente quando se trata de educação: o analfabetismo funcional. Em um cenário onde a evolução deveria ser evidente, os números revelam uma triste realidade. Há 20 anos, quatro em cada dez brasileiros entre 15 e 64 anos eram considerados analfabetos funcionais, incapazes de lidar com textos médios e operações matemáticas básicas. Mesmo após duas décadas, esse cenário pouco avançou, com três em cada dez ainda nessa condição inaceitável, de acordo com o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf).
Estagnação e Desafios
Um dado alarmante é a falta de melhora desde 2018, com cerca de 78% apresentando desempenho baixo ou médio em atividades digitais. A situação se agrava ao considerar que até mesmo 12% dos brasileiros com diploma universitário são classificados como analfabetos funcionais. A pesquisa, que não se baseia em testes de conteúdo, avalia a capacidade de leitura, escrita e matemática, dividindo a população em cinco categorias, desde analfabetos até os proficientes.
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Desigualdades e Necessidades
O estudo revela disparidades geracionais e regionais preocupantes. Enquanto na faixa dos 15 aos 24 anos, 16% são analfabetos funcionais, na faixa dos 50 aos 64 anos, essa proporção sobe para 51%. Isso destaca a urgência de programas educacionais para aqueles que não concluíram a educação básica, atingindo aproximadamente 68 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais.
Desafios na Educação e Negligência Estatal
Apesar das iniciativas do Ministério da Educação (MEC) para expandir e aprimorar cursos voltados para a educação de adultos, os resultados continuam aquém do necessário. É essencial o engajamento de empresas, estados e municípios, especialmente no Nordeste, região com maior percentual de analfabetos funcionais, atingindo quatro em cada dez habitantes.
Soluções Urgentes e Resultados Vexatórios
Embora tenha havido avanços na inclusão educacional dos mais jovens, muitos estados ainda apresentam resultados lamentáveis. Amapá, Bahia, Maranhão e Rio Grande do Norte ocupam as últimas posições em qualidade de ensino, demonstrando negligência e descaso nos índices do Ideb. O desafio de combater o analfabetismo funcional no Brasil requer esforços conjuntos e políticas educacionais mais eficazes para transformar essa realidade preocupante em um futuro promissor para todos.