Filme sobre ditadura militar aumenta as chances do Brasil no Oscar 2025
"Ainda estou aqui", de Walter Salles, se destaca em festivais e pode consagrar Fernanda Torres
O filme 'Ainda estou aqui', dirigido por Walter Salles, foi escolhido como representante brasileiro para a categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025. A obra, estrelada por Selton Mello e Fernanda Torres, aborda a luta de uma família brasileira durante a ditadura militar, e suas chances no cenário internacional são crescentes, especialmente após uma série de prêmios em festivais de cinema ao redor do mundo.
Bárbara Paz, responsável pela comissão da Academia Brasileira de Cinema, afirmou que o filme tem potencial para colocar o Brasil novamente em destaque na maior premiação do cinema mundial. O longa será distribuído pela Sony Pictures e chega aos cinemas brasileiros em 7 de novembro, com a expectativa de entrar na lista oficial de indicados ao Oscar, que será anunciada em 17 de dezembro.
Relevância internacional
O filme já conquistou grande visibilidade ao ser selecionado para o Festival de Nova York e ao vencer o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva. A trama gira em torno da família de Rubens Paiva, ex-deputado desaparecido em 1971, retratando os efeitos da repressão militar na vida pessoal e social da família.
A atuação de Fernanda Torres como Eunice, viúva de Rubens Paiva, tem sido amplamente elogiada por críticos de importantes publicações como Variety e The Hollywood Reporter. Já considerada uma forte candidata ao Oscar de Melhor Atriz, Torres impressiona pela intensidade emocional que traz ao papel. A presença de Fernanda Montenegro, em uma participação comovente, também pode gerar uma rara e histórica dupla indicação para ambas as Fernandas.
O sucesso de Ainda estou aqui lembra a trajetória de Central do Brasil, também dirigido por Walter Salles, que levou o Brasil ao Oscar em 1999 e rendeu a Fernanda Montenegro uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz. Assim como naquele ano, o filme de Salles está sendo amplamente promovido pela Sony Pictures Classics, distribuidora que já trabalhou com renomados diretores e filmes premiados, como Pedro Almodóvar e Woody Allen.
Com prêmios como o Signs Award, que reconhece filmes de conteúdo humanista, e o Green Drop, que exalta temáticas ambientais e de impacto social, Ainda estou aqui se consolida como uma obra relevante e poderosa, tanto pelo contexto histórico brasileiro quanto por seu apelo universal.
Walter Salles é uma das figuras mais respeitadas do cinema brasileiro, com filmes que marcaram presença em importantes festivais internacionais, como Cannes, Berlim e Veneza. Sua direção cuidadosa e a força do roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega fazem de Ainda estou aqui um candidato de peso no cenário global.
Com uma equipe feminina expressiva envolvida na seleção do filme para o Oscar, o Brasil deposita grandes esperanças em sua trajetória internacional. O filme promete continuar gerando discussões importantes sobre justiça, memória e direitos humanos, enquanto luta para conquistar uma das cobiçadas estatuetas da Academia.
A cerimônia do Oscar 2025 está marcada para 2 de março, e até lá, Ainda estou aqui deve seguir acumulando prêmios e repercussão positiva, consolidando seu caminho rumo ao sucesso.
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Fonte: Correio Braziliense